Políticas linguísticas, seus objetivos e internacionalização do ensino superior
um olhar para instituições nordestinas
DOI:
https://doi.org/10.47456/rctl.v18i39.43924Palavras-chave:
Idiomas sem Fronteiras, Políticas linguísticas, Internacionalização, Objetivos, Região NordesteResumo
A Internacionalização não é um movimento recente das Instituições de Ensino Superior (IES), estando ligada ao próprio surgimento das universidades, porém, com a intensificação da globalização na pós-modernidade, ela tem sido bastante enfatizada e requerida (Matos; Carvalho, 2023; Stallivieri, 2017). Caracteriza-se pelas multifacetas, a difícil definição, a inter/multi/transdisciplinaridade, e, habitualmente, aspectos neoliberais/coloniais (Chagas, 2023; Stein et al, 2016). No Brasil, os processos de internacionalização, ensino-aprendizagem de línguas e desenvolvimento de políticas linguísticas (PLs) são intermediados, desde 2012, pelo programa Idiomas sem Fronteiras (IsF) (Abreu-e-Lima et al, 2023). À luz do exposto, almejamos apresentar os objetivos mais e menos recorrentes em PLs de 16 IES da Região Nordeste do Brasil, bem como a recorrência da menção ao IsF nesses documentos. É uma pesquisa de base interpretativista e abordagem quali-quantitativa, situada no campo da Linguística Aplicada. Apreendemos como resultados a menção ao IsF em 10 das 16 PLs analisadas, mostrando a proeminência do Programa acerca da assistência e promoção dos cursos de línguas e da construção desses documentos. Como objetivo mais frequente, observamos uma busca pela democratização do acesso ao ensino-aprendizagem de línguas. Contrariamente, o objetivo menos citado foi o incentivo à construção de um planejamento linguístico.
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