Metáfora e mudança semântica do arranjo [V por terra]
DOI:
https://doi.org/10.47456/rctl.v18i40.45142Palavras-chave:
Construcionalização, Metáfora, Gramática de construções diacrônicaResumo
Neste artigo, investigam-se as mudanças de sentido do arranjo [V por terra] no seu processo de construcionalização, com foco nos sentidos metafóricos identificados em usos que indicam expansão semântica. A base teórica que orientou esta pesquisa foram os princípios da Gramática de construções, teoria que compreende o conhecimento linguístico do falante como uma rede de construções, ou seja, pares FORMA-SIGNIFICADO, abrangendo todos os níveis linguísticos. Além disso, a Teoria da Metáfora Conceitual nos orienta em relação à convencionalização dos sentidos metafóricos da construção [V por terra]. O corpus analisado pertence ao segmento Gênero/Histórico do Corpus do Português e compreende um conjunto de 779 ocorrências, distribuídas no período histórico dos séculos XIV a XX. O estudo indica que o arranjo [V por terra] passou por um processo de construcionalização, dando origem a um novo pareamento entre forma e função. Diante disso, o objetivo do trabalho é analisar como ocorreram as transformações diacrônicas que afetaram o sentido do arranjo [V por terra] e descrever a contribuição das metáforas no processo de mudança. Os resultados dessa análise indicaram que foi determinante a atuação de três metáforas primárias no processo de mudança semântica, sendo TEMPO É ESPAÇO e RUIM É PARA BAIXO duas metáforas de base para o mapeamento conceitual e POR TERRA É RUÍNA/TÉRMINO uma metáfora que resulta a posteriori, representando as funções mais abstratas do arranjo.
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Referências
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