Metáfora e mudança semântica do arranjo [V por terra]

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rctl.v18i40.45142

Palavras-chave:

Construcionalização, Metáfora, Gramática de construções diacrônica

Resumo

Neste artigo, investigam-se as mudanças de sentido do arranjo [V por terra] no seu processo de construcionalização, com foco nos sentidos metafóricos identificados em usos que indicam expansão semântica. A base teórica que orientou esta pesquisa foram os princípios da Gramática de construções, teoria que compreende o conhecimento linguístico do falante como uma rede de construções, ou seja, pares FORMA-SIGNIFICADO, abrangendo todos os níveis linguísticos. Além disso, a Teoria da Metáfora Conceitual nos orienta em relação à convencionalização dos sentidos metafóricos da construção [V por terra]. O corpus analisado pertence ao segmento Gênero/Histórico do Corpus do Português e compreende um conjunto de 779 ocorrências, distribuídas no período histórico dos séculos XIV a XX. O estudo indica que o arranjo [V por terra] passou por um processo de construcionalização, dando origem a um novo pareamento entre forma e função. Diante disso, o objetivo do trabalho é analisar como ocorreram as transformações diacrônicas que afetaram o sentido do arranjo [V por terra] e descrever a contribuição das metáforas no processo de mudança. Os resultados dessa análise indicaram que foi determinante a atuação de três metáforas primárias no processo de mudança semântica, sendo TEMPO É ESPAÇO e RUIM É PARA BAIXO duas metáforas de base para o mapeamento conceitual e POR TERRA É RUÍNA/TÉRMINO uma metáfora que resulta a posteriori, representando as funções mais abstratas do arranjo.

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Biografia do Autor

Morgana Fabiola Cambrussi, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Docente da Universidade Federal da Fronteira Sul, vinculada ao Curso de Graduação em Letras Português e Espanhol - Licenciatura e ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, nos quais orienta trabalhos de ensino, de pesquisa e de extensão. Doutora em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009).

Adriana Hoffmann, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Possui graduação em Letras - Português/Espanhol pela Fundação Universidade do Contestado - Campus Caçador (2003) e mestrado em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal da Fronteira Sul (2014). Doutoranda em Estudos Linguísticos da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó/SC. Docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal Catarinense, Campus Videira/SC.

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Publicado

22-12-2024