A expressão da causalidade no conector por isso
funções de conclusão, consequência e elaboração
DOI:
https://doi.org/10.47456/rctl.v18i40.46070Palavras-chave:
Conector por isso, Conclusão, Consequência, Elaboração, Linguística Funcional Centrada no UsoResumo
Neste artigo, temos o objetivo de descrever os usos do conector por isso no português brasileiro contemporâneo com base nos domínios linguísticos da conexão, conforme abordagem de Sweetser (1990): o do conteúdo, o epistêmico e o dos atos de fala. Subsidiariamente, buscamos propor um refinamento para a identificação e a classificação da função desse conector nesses domínios a partir da análise de mais dois fatores: a) sucessão temporal (ou não) entre os segmentos discursivos (respectivamente D1 e D2) articulados pelo conector por isso; b) presença de conteúdo factual ou não factual em D2. Para esse fim, investigamos, por meio de metodologia mista, 150 ocorrências do português brasileiro contemporâneo extraídas do Corpus Portuguese Web 2020, analisadas à luz dos pressupostos da Linguística Funcional Centrada no Uso (cf. Rosário, 2022). Nossos resultados indicam, entre outras coisas, que: a) a conclusão pertence domínio epistêmico, não apresenta sucessão temporal entre D1 e D2 nem conteúdo factual em D2; b) a consequência pertence ao domínio do conteúdo, apresenta sucessão temporal e conteúdo factual em D1 e D2; c) a elaboração pertence ao domínio dos atos de fala ou do conteúdo, mas não apresenta sucessão temporal entre D1 e D2 e tem conteúdo factual em D2.
Downloads
Referências
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. 4. ed. rev. e amp. São Paulo: Publifolha, 2018.
BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 39. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.
CROFT, W. Radical Construction Grammar. New York: Oxford University Press, 2001.
CUNHA, C. F.; CINTRA, L. F. L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.
DIESSEL, H. The Grammar Network. How linguistic structure is shaped by language use. New York: Cambridge University Press, 2019.
FLORET, M. F. A trajetória das construções conclusivas com portanto, por isso, logo e então. 2022. 155 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
GIVÓN, T. Functionalism and grammar. Amsterdã: John Benjamins, 1995.
GOLDBERG, A. Constructions: a construction approach to argument structure. Chicago: The University of Chicago Press, 1995.
HALLIDAY, M. A. K. An introduction to functional grammar. 3. ed. Londres: Arnold, 2004.
HILGERT, J.G. As paráfrases na construção do texto falado: o caso das paráfrases em relação paradigmática com suas matrizes. Gramática do português falado. v. VI. São Paulo: Editora da Unicamp, 1996.
HOTHORN, T.; HORNIK, K.; ZEILEIS, A. Unbiased Recursive Partitioning: A Conditional Inference Framework. Journal of Computational and Graphical Statistics, v. 15, p. 651-674, 2006.
LACERDA, P. F. A. C. O papel do método misto na análise de processos de mudança em uma abordagem construcional: reflexões e propostas. Revista Linguíʃtica, v. 12, p. 83-101, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.31513/linguistica.2016.v1n1a5440. Acesso em: 5 abr. 2023.
LOPES, M. G.; RABELLO, M. L. Propriedades coesivas e semânticopragmáticas do conector complexo por isso no português brasileiro contemporâneo. Signótica, Goiânia, v. 34, e72812, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.5216/sig.v34.72812. Acesso em: 5 abr. 2023.
LOPES, M. G.; SILVA, S. Propriedades coesivas e semânticas da construção complexa [com isso] à luz da linguística funcional centrada no uso. Confluência, n. 62, p. 240-269, 2022a. Disponível em: https://revistaconfluencia.org.br/rc/article/view/521. Acesso em: 19 fev. 2022.
LOPES, M. G.; SILVA, S. Trajetória diacrônica do conector com isso no português. Revista Linguíʃtica, v. 18, n. 2, p. 114-137, 2022b. Disponível em: https://doi.org/10.31513/linguistica.2022.v18n2a57080. Acesso em: 5 ago. 2023.
MARQUES, N. B. N.; PEZATTI, E. G. A relação conclusiva na língua portuguesa: funções resumo, conclusão e consequência. São Paulo: Editora Unesp, 2015.
MARQUES, N. B. N. Divergências e similaridades nas variedades brasileira e europeia do português: um estudo da forma portanto. 2001. 192 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, 2001.
NARROG, H. On defining modality again. Language Sciences, v. 27, n. 2, p. 165-192, 2005.
NEVES, M. H. M. A gramática do português revelada em textos. São Paulo: Editora UNESP, 2018.
SEARLE, J. Sens et expression. Paris: Minuit, 1982.
SWEETSER, E. From Etymology to Pragmatics. Metaphorical and Cultural Aspects of Semantic Structure. Peking: Peking University Press, 1990.
ROCHA LIMA, C. H. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 49. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011.
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista (Con)Textos Linguísticos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores cedem os direitos autorais do artigo à editora da Revista (Con)Textos Linguísticos (Programa de Pós-Graduação em Linguística da Ufes), caso a submissão seja aceita para publicação. A responsabilidade do conteúdo dos artigos é exclusiva de seus autores. É proibida a submissão integral ou parcial do texto já publicado na revista a qualquer outro periódico.
Esta obra está sob Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
