As construções modalizadoras epistêmico-asseverativas com real e real oficial sob uma perspectiva construcional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rctl.v19i42.48300

Palavras-chave:

Abordagem construcional, Linguística Funcional Centrada no Uso, Construcionalização gramatical, Modalização epistêmico-asseverativa, Construções com real e real oficial

Resumo

Este trabalho tem como objetivo fundamental tratar dos padrões microconstrucionais constituídos por real e real oficial em contexto de modalização epistêmico-asseverativa, buscando estabelecer em que medida as construções identificadas se organizam, hierarquicamente, em uma rede construcional. A fim de cumprir os objetivos propostos, baseamo-nos nos pressupostos basilares da Linguística Funcional Centrada no Uso (Bybee, 2010; Martelotta, 2011; Furtado da Cunha et al., 2013; Traugott; Trousdale, 2013; Rosário; Oliveira, 2016; Bispo; Silva, 2016), abordagem teórica que concebe a língua como um inventário de construções organizadas em rede. Nesse contexto, realizamos uma análise sincrônica dos dados a partir da constituição de um corpus formado por vídeos do YouTube, bem como adotamos o equacionamento entre a análise qualitativa e o cálculo da frequência de uso das ocorrências (Cunha Lacerda, 2016). Além disso, para a análise qualitativa dos dados, utilizamos como recurso o software Praat, já que assumimos que o traço prosódico de break colabora com a identificação do escopo da modalização presente nas construções identificadas. Os resultados indicam que real e real oficial cumprem novos propósitos comunicativos que diferem do uso de real como adjetivo, constituindo novos pareamentos forma-função organizados em rede na língua. Além disso, verificamos que construções com real oficial mostram-se mais intersubjetivas se comparadas às de real, revelando uma maior preocupação com o interlocutor no processo de interação.

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Biografia do Autor

  • Lauriê Dall'Orto, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Professora EBTT - Língua Portuguesa - do Colégio de Aplicação João XXIII, no Departamento de Letras e Artes, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Doutora em Linguística pelo programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora (2014-2018). Mestra em Linguística, também, pelo programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora (2012-2013). Especialista em Ensino de Língua Portuguesa (2011-2012) e graduada em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa e respectivas Literaturas (2007-2010) e em Língua Italiana e respectivas Literaturas (2011-2015), pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora. 

  • Patrícia Fabiane Amaral da Cunha Lacerda, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Pós-doutora em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009), Doutora em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007), Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2003) e Graduada em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2002). Professora da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora, atuando no Departamento de Letras Estrangeiras Modernas e no Programa de Pós-graduação em Linguística. Pesquisadora do Grupo de Estudos Discurso Gramática e coordenadora do NUPACT/UFJF - Núcleo de Pesquisa em Abordagem Construcional e Tradução.

  • Leila da Silva Barbosa, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Mestra em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora e Bacharela em Letras - Tradução pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora. Licenciada em Letras com habilitação em Português - Inglês e Respectivas Literaturas pelo atual Centro Universitário Teresa D'Ávila - UNIFATEA (2010). Possui experiência em ensino-aprendizagem de Língua Inglesa em cursos de idiomas e ensino bilíngue.

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Publicado

14-10-2025