PROCESSAMENTO DE PALAVRAS COMPLEXAS FORMADAS COM OS SUFIXOS -ÇÃO E -MENTO EM PORTUGUÊS BRASILEIRO
Resumo
Usando um paradigma experimental conhecido como decisão lexical, realizou-se um experimento para saber como palavras complexas formadas com os sufixos –ção e –mento são processadas no português brasileiro (PB). O objetivo foi verificar se existem regras que licenciam determinados sufixos e impedem outros em determinadas formações. Por exemplo, dizemos pensamento e não *pensação; dizemos casamento, mas não dizemos *casação. Por outro lado dizemos eleição, mas não dizemos *elegimento; dizemos explanação, mas não dizemos *explanamento. Porém, as regras para usar -ção e –mento não parecem claras. O que é que determina o uso de um desses sufixos em detrimento do outro? Desejamos saber o que impede o falante do (PB) de criar nomes a partir de combinações entre bases verbais e determinados sufixos que teoricamente têm a mesma função como é o caso dos sufixos -ção e –mento. Uma análise teórica dos modelos de Siegel (1974), Marantz (1997) e de Hay (2002) é feita e em seguida é sugerido um modelo misto de processamento (MMP) que implica na influência de fatores como a frequência das bases, a semântica lexical e o grau de transparência semântica dos sufixos na seleção e análise dos sufixos –ção e –mento.
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