O ETHOS E A VERDADE SOBRE O EU NA RETÓRICA DA FRENTE PARLAMENTAR EVANGÉLICA
Resumo
No campo dos estudos da linguagem, a análise do ethos tem sido bastante discutida e praticada no sentido de ressaltar a dimensão persuasiva dos discursos. Neste artigo, interrogamo-nos sobre como, de fato, a enunciação de um texto confere à sua instância de produção um “caráter”, para além da análise estrita de dados linguístico-discursivos, o que implica levar em consideração, durante a investigação, o auditório, seus valores e sua conjuntura cultural. Para tanto, partimos da análise do discurso da Frente Parlamentar Evangélica – FPE – atuante no Congresso Nacional Brasileiro, valendo-nos de textos presentes no primeiro exemplar de sua Revista. Esse procedimento é viabilizado, primeiramente, por uma reflexão sobre o ethos a partir da Retórica Sofística, representada, aqui, por Protágoras. Num segundo momento, tais reflexões são postas em prática para apreender como os textos da citada Revista poderiam, possivelmente, acarretar em “imagens de si” diferenciadas da FPE, a depender de três conceitos sofísticos: a doxa (“saberes partilhados”), o kairos (“momento oportuno”) e o nomos (“regras” e “padrões” socioculturais). Com isso, chegamos à conclusão de que o ethos é algo de relativo, e que seu acabamento final num processo enunciativo é dado em perspectiva, ou seja, pela influência retórica desses três fatores.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores cedem os direitos autorais do artigo à editora da Revista (Con)Textos Linguísticos (Programa de Pós-Graduação em Linguística da Ufes), caso a submissão seja aceita para publicação. A responsabilidade do conteúdo dos artigos é exclusiva de seus autores. É proibida a submissão integral ou parcial do texto já publicado na revista a qualquer outro periódico.
Esta obra está sob Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.