A magia do objeto - reverberações criadoras de formas relacionais em arte pública
DOI:
https://doi.org/10.47456/rf.v1i16.14856Resumen
O presente trabalho examina a obra de Lygia Clark recuperando determinadas propostas da artista sob uma perspectiva relacional na experimentação de formas coletivas de criação no espaço público. Especialmente os trabalhos que estabeleciam espaços de agrupamento, como a Baba Antropofágica, desafiam novas configurações para a produção artística. No texto “A propósito da magia do objeto”, Lygia Clark (1996) propunha uma outra perspectiva do papel do artista, abrindo o espaço de criação também para o público: “Qual é então o papel do artista? Dar ao participante o objeto que não tem importância em si mesmo e que só terá na medida em que o participante atuar. É como um ovo que só revela sua substância quando o abrimos”. Assim, inquire a arte como força expansiva, consciente e sensível, plenitude que não requer a subjetividade interpretativa, nem o estado em separado da contemplação, fabricando a agremiação pela energia do encontro. Estado que reverbera continuamente o outro, que ecoa em cada um, atingindo a condição de uma rede viva. Nessa abertura, cada um se deixa levar e, no próprio vácuo, o outro penetra, vivificando-o desde dentro. Pode-se chamar isso também de amor comunal, pela adesão e conformação emocional desse processo. Afluência que pode se expandir em densidade, redimensionando o lugar da intimidade e da troca a partir de agenciamentos sensíveis, ainda que efêmeros, no espaço público.
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