Espelho, espelho meu… permite ver-me além do meu eu?

A cultura como determinante para a construção de estereótipos, do preconceito e de novas subjetividades no contemporâneo

Autores

  • Alessandra Lopes da Silva Macedo Universidade de São Paulo
  • Regina Celia Mendes Senatore Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.47456/krkr.v1i22.45557

Palavras-chave:

Obesidade; Novas Subjetividades; Mal-estar; Cultura; Construção de Estereótipos; Preconceito

Resumo

Esse artigo objetiva discutir os fenômenos acerca do ideal de perfeição do corpo construído pela cultura contemporânea e analisar à luz do pensamento de Freud, Adorno e Horkheimer como a relação do indivíduo com a cultura podem oferecer subsídios para a compreensão de como a produção de estereótipos anunciam formas de violência como o preconceito e bullying. Trata-se de um estudo bibliográfico com base nas pesquisas e elaborações de Freud, Adorno, Horkheimer, de autores contemporâneos como Christopher Lash, Jurandir Costa Freire, Naomi Wolf e Leon Crochik. O questionamento que norteia a pesquisa se inicia quando nos propusemos a pensar como as pessoas com obesidade podem ser alvo de preconceito e de bullying? O resultado da discussão aqui afiançada retrata que a falta de esclarecimento das verdades impostas por uma sociedade, a construção de estereótipos pela cultura e não oportunidade de um trabalho que permita uma autorreflexão daqueles que praticam o bullying e o preconceito. Um paradoxo se apresenta, sobretudo, por uma sociedade capitalista, que em seus mínimos detalhes, trabalha para abocanhar o sujeito, impondo-lhe uma necessidade devoradora. Nessa via, o corpo gordo pode nos revelar uma face, muitas vezes às avessas da satisfação obtida por uma ideologia de consumo e aumento das relações em que prolifera o uso da imagem de um corpo padronizado e, por vezes, pode contribuir para análises de uma cultura que impõe modalidades engessadas em ideais e termina por rechaçar as diferenças

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Publicado

26-12-2024