Estado da arte sobre a educação das relações étnico-raciais no ensino de química:

análise de periódicos da área (2014-2023)

Autores

  • José Orlando Melo de Melo Universidade do Estado do Pará
  • Lucicléia Pereira da Silva Universidade do Estado do Pará

DOI:

https://doi.org/10.47456/krkr.v1i21.46517

Palavras-chave:

lei 10.639/2003; educação das relações étnico-raciais. afrocentricidade; IRAMUTEQ.

Resumo

A Lei 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica, subsidiando a Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER). Desse modo, o trabalho teve como objetivo investigar a produção científica em periódicos nacionais que considerem processos de ensino-aprendizagem na Educação Básica a partir da associação entre a ERER e o Ensino de Química. Assim, desenvolveu-se um estado da arte, a partir de periódicos conceituados sobre Ensino de Química e/ou de química com artigos publicados na seção educação, classificados entre os estratos A1 a B2 (Qualis CAPES 2017-2020). Ademais, utilizou-se o software IRAMUTEQ para o processamento dos dados e a análise de conteúdo para interpretá-los. Nesse sentido, observou-se um baixo quantitativo de publicações/periódico/ano, com raras exceções. Quanto à interpretação dos dados, gerou-se 4 categorias: CF1 – Contexto de desenvolvimento das pesquisas em ERER; CF2 – Estratégias educativas em ERER e a valorização da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena; CF3 – Aspectos metodológicos das pesquisas em ERER; CF4 – Contribuições de povos africanos e afrodiaspóricos ao conhecimento químico. Destarte, tais categorias sintetizam o que tem sido produzido a respeito da ERER no Ensino de Química, no percurso da educação básica, a nível nacional.

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Biografia do Autor

José Orlando Melo de Melo, Universidade do Estado do Pará

Licenciado em Química pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Mestrando em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia (PPGEECA/UEPA). Professor de Química da Secretaria de Educação do Amapá (SEED-AP).

Lucicléia Pereira da Silva, Universidade do Estado do Pará

Doutora em Ciências Ambientais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professora do Departamento de Ciências Naturais da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia (PPGEECA/UEPA).

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Publicado

14-11-2024