Cirurgia periapical em dente com trinca no terço apical radicular e retentor intrarradicular metálico fundido: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v22i3.27239Palavras-chave:
Cirurgia bucal, Tomografia computadorizada de feixe cônico, EndodontiaResumo
Introdução: As fraturas radiculares verticais acometem tanto dentes com polpas vitais quanto dentes desvitalizados tratados ou não endodonticamente. A maior prevalência está relacionada com dentes portadores de tratamento endodôntico. A cirurgia paraendodôntica apresenta-se como uma alternativa para a resolução de problemas oriundos de tratamentos endodônticos convencionais ou não solucionáveis por eles. Objetivo: Apresentar o tratamento cirúrgico de um dente tratado endodonticamente com trinca vertical restrita ao terço apical radicular e lesão periapical crônica. Métodos: A metodologia consiste em um estudo descritivo individual do tipo relato de caso, incluindo imagens clínicas, radiográficas e tomográficas de uma paciente do sexo feminino, 55 anos, portando encaminhamento para a disciplina de Endodontia II para planejamento de cirurgia paraendodôntica. Foi solicitada uma tomografia computadorizada de feixe cônico, com cortes parassagitais e axiais, sendo estes a partir da interface guta-percha/retentor metálico intrarradicular em direção apical, nos quais se constatou a presença de uma linha hipodensa no terço apical radicular sugestiva de trinca. No dia da cirurgia foi realizado o tratamento, seguindo os princípios gerais da cirurgia paraendodôntica: incisão, divulsão, ostectomia, curetagem, remoção do terço apical comprometido (apicetomia), retropreparo incluindo a remoção da guta-percha e obturação retrógrada com Mineral Trioxide Aggregate (MTA). Resultados: Após o período de proservação, realizado aos seis e doze meses, constataram-se sinais clínicos e imaginológicos compatíveis com a reparação tecidual da área lesionada. Conclusão: A cirurgia paraendodôntica mostra-se como uma alternativa viável para dentes portadores de trincas verticais restritas ao terço apical radicular, associadas a lesões periapicais persistentes pós-tratamento endodôntico convencional.
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