O 'passado prático' e a utilidade da historiografia em Xenofonte

Autores

  • Luis Filipe Bantim de Assumpcao Universidade de Vassouras

DOI:

https://doi.org/10.29327/2345891.21.21-4

Palavras-chave:

Xenofonte, Historiografia, Passado prático

Resumo

Através de levantamento bibliográfico, verificamos a prática recorrente de se alinhar a historiografia helênica à construção de um mundo ocidental, a qual está atrelada a perspectiva de uma História científica. Entretanto, quando analisamos os escritos de Xenofonte, verificamos que não existe uma fronteira clara, e bem demarcada, entre o que é historiografia e o que não o é. Para tanto, mobilizamos o conceito de passado prático, em conformidade aos estudos de Hayden White, para analisarmos a historiografia de Xenofonte pelo viés da utilidade políade, ou seja, o que este autor almejava era desenvolver textos que, ao serem difundidos junto ao seu destinatário ideal, teriam viabilidade prática junto às comunidades helênicas que, no século IV, viviam em um cenário constante de conflito.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luis Filipe Bantim de Assumpcao, Universidade de Vassouras

Doutor em História Comparada (UFRJ), com estágio de Pós-doutorado em Letras Clássicas (UFRJ). Tem experiência com História Antiga, Literatura Clássica, Recepção da Antiguidade, Teorias e Metodologias da História e Ensino de História. Atualmente, ocupa o cargo de Coordenador Local de Doutorado, por meio do PCI entre a Universidade de Vassouras e a UNISINOS-RS, e de Professor Adjunto I dos cursos de Pedagogia, Direito e Serviço Social da Universidade de Vassouras, campus Maricá e Saquarema. Assumpção é líder e pesquisador do Grupo de Pesquisa Integrada em História, Patrimônio Cultural e Educação – GHiPE, também nesta Universidade, atuando na linha de pesquisa Ensino de História e História da Educação.

Referências

Documentação textual

DEMOSTHENES. Speeches 1-17. Translated by Jeremy Trevett. Texas: University of Texas Press, 2011.

THUCYDIDES. History of Peloponnesian War. Translated by C. F. Smith. London: William Heinemann, 1958. v. IV.

XENOPHON. Anabasis. Translated by C. L. Brownson. Cambridge: Harvard University Press, 1922.

XENOPHON. Cyropaedia. Translated by W. Miller. Cambridge: Harvard University Press, 1914.

XENOPHON. Hellenica. Translated by C. L. Brownson. Cambridge: Harvard University Press, 1918-1921. 2 v.

XENOPHON. Memorabilia; Oeconomicus; Symposium; Apology. Translated by E. C. Marchant (Mem.; Oec.) and O. J. Todd (Symp.; Ap.). Cambridge: Harvard University Press, 2013.

XENOPHON/PSEUDO-XENOPHON. Scripta Minora; Constitution of the Athenians. Translated by E. C. Marchant (Scripta Minora) and G. W. Bowersock (Ath. Pol.). Cambridge: Harvard University Press, 1968.

Obras de apoio

ASSUMPÇÃO, L. F. B. de. Os elementos socráticos da Constituição dos Lacedemônios de Xenofonte. Calíope, a. 38, n. 41, p. 46-85, 2021.

BALOT, R. Greek political thought. Oxford: Blackwell, 2006.

BEARZOT, C. The use of documents in Xenophon’s Hellenica. In: PARMEGGIANI, G. (ed.). Between Thucydides and Polybius: The Golden Age of Greek historiography. Cambridge; London: Harvard University Press, 2014, p. 89-114.

BOWDEN, H. Xenophon and the scientific study of religion. In: TUPLIN, C. (ed.). Xenophon and his world. Stuttgart: Franz Steiner, 2004. p. 229-246.

BRAGUE, R. The law of God: the philosophical history of an idea. Chicago: The University of Chicago Press, 2007.

CERDAS, E. A História segundo Xenofonte: historiografia e usos do passado. 2016. Tese (Doutorado em Estudos Literários) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2016.

CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2013.

CHRIST, M. R. Xenophon and the Athenian democracy: The education of an elite citizenry. New York: Cambridge University Press, 2020.

DARBO-PESCHANSKI, C. The origin of Greek historiography. In: MARINCOLA, J. (ed.). A companion to Greek and Roman historiography. Oxford: Blackwell, 2007, p. 27-38.

DILLERY, J. Xenophon and the history of his times. London: Routledge, 1995.

DORION, L.-A. Xenophon and Greek philosophy. In: FLOWER, M. (ed.). The Cambridge companion to Xenophon. Cambridge: Cambridge University Press, 2017, p. 37-56.

EVANS, N. Civic rites: democracy and religion in ancient Athens. Los Angeles: University of California Press, 2010.

GRAY, V. Xenophon. In: DE JONG, I.; NÜNLIST, R.; BOWIE, A. (ed.). Narrators, narratees, and narratives in ancient Greek literature: studies in ancient Greek narrative. Leiden: Brill, 2004, p. 129-146.

GRAY, V. Xenophon’s mirror of princes: reading the reflections. Oxford: Oxford University Press, 2011.

HARMAN, R. The politics of viewing in Xenophon’s historical narratives. London: Bloomsbury Academic, 2023.

KINDT, J. Rethinking Greek religion. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.

LEE, J. W. I. Xenophon and his times. In: FLOWER, M. (ed.). The Cambridge companion to Xenophon. Cambridge: Cambridge University Press, 2017, p. 15-36.

LEITE, P. G. Ética e retórica forense: ‘asebeia’ e ‘hybris’ na caracterização dos adversários em Demóstenes. 2013. Tese (Doutorado em Estudos Clássicos) – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2013.

LU, H. Xenophon’s theory of moral education. 2014. Thesis (Ph.D. in Classics) – School of History, Classics and Archaeology, University of Edinburgh, Edinburgh, 2014.

LURAGHI, N. Xenophon’s place in fourth-century Greek historiography. In: FLOWER, M. (ed.). The Cambridge companion to Xenophon. New York: Cambridge University Press, 2017, p. 84-100.

MCPHERRAN, M. L. The religion of Socrates. Pennsylvania: The Pennsylvania State University Press, 1999.

NICOLAI, R. At the boundary of historiography: Xenophon and his Corpus. In: PARMEGGIANI, G. (ed.). Between Thucydides and Polybius: The Golden Age of Greek historiography. Cambridge; London: Harvard University Press, 2014, p. 63-87.

SCANLON, T. F. Greek historiography. Oxford: John Wiley & Sons, 2015.

TAMIOLAKI, M. Virtue and leadership in Xenophon: ideal leaders or ideal losers? In: HOBDEN, F.; TUPLIN, C. (ed.). Xenophon: ethical principles and historical enquiry. Leiden; Boston: Brill, 2012, p. 563-589.

WHITE, H. The practical past. Illinois: Northwestern University Press, 2014.

Downloads

Publicado

19-09-2023

Como Citar

BANTIM DE ASSUMPCAO, Luis Filipe. O ’passado prático’ e a utilidade da historiografia em Xenofonte. Romanitas - Revista de Estudos Grecolatinos, [S. l.], n. 21, p. 68–85, 2023. DOI: 10.29327/2345891.21.21-4. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/40783. Acesso em: 25 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Historiografia greco-latina

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.