Cláudia Otávia

elogios e críticas de uma mulher

Autores

  • Fábio Faversani Universidade Federal de Ouro Preto
  • Maria Luísa Miranda Costa Universidade Federal de Ouro Preto

DOI:

https://doi.org/10.29327/2345891.23.23-11

Palavras-chave:

Otávia, Domus Caesaris, Nero, Agripina Menor, Imperatriz romana

Resumo

Otávia é apresentada pelas fontes de uma maneira paradoxal. Por um lado, é vista como uma esposa ideal por ser frágil e não desempenhar um papel político relevante na casa imperial. Por outro lado, por ser frágil, não ocupa adequadamente a posição que deveria ser preenchida pela esposa do imperador e enfraquece a casa imperial. Neste artigo, avaliamos esse paradoxo e examinamos se as fontes descreveram Otávia e seus atos ou se as informações devem ser consideradas como a composição de um retrato que é desenhado em interação com os outros membros da casa imperial.

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Biografia do Autor

Fábio Faversani, Universidade Federal de Ouro Preto

Possui graduação em Historia pela Universidade de São Paulo (1989), mestrado em História Econômica pela Universidade de São Paulo (1995), doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo (2001) e pós-doutorado pela University of Oxford (2003 e 2012-2013). Realizou estágios de pesquisa no Institute of Classical Studies Library, School of Advanced Studies, University of London; na Bibliothèque Gernet-Glotz, École des Hautes Études en Sciences Sociales; na Bereichsbibliothek Altertumswissenschaften, Ruprecht-Karls Universität Heidelberg e na University of Saint Andrews. Foi secretário geral (2000-2001) e presidente (2014-2015) da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC). Foi Pró-Reitor de Extensão (2005-2008) e Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFOP (2015-2017). Atualmente é professor de História Antiga da Universidade Federal de Ouro Preto. Coordena o Laboratório de Estudos sobre o Império Romano, LEIR-UFOP, em colaboração com Fábio Joly e Alexandre Agnolon. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Antiga, atuando principalmente nos seguintes temas: História Antiga, Roma Antiga, Sêneca, Tácito, Petrônio e Principado Romano.

Maria Luísa Miranda Costa, Universidade Federal de Ouro Preto

É Mestranda em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Possui Graduação em História (2022), pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e em Pedagogia (2022), pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Atuou na área de edição de texto e tratamento de memória do Jornal Correio da Serra (2018-2020). Foi assessora de comunicação do portal HH Magazine: humanidades em rede (2020-2021). Coordenou a integração dos Campus ICHS e ICSA pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFOP) (2019-2021). Foi assessora de eventos da Atlética Primaz (A.A.A.U.M) por um ano e assumiu a diretoria do mesmo setor por um ano e nove meses (2019-2022). Atuou como Voluntária na UNICEF (2021-2022). Foi Monitora da disciplina de História Antiga, ministrada pelo Prof. Dr. Fábio Faversani (2021). Fez parte da equipe de assessoria da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEX-UFOP) (2021-2022). Auxiliou no desenvolvimento do projeto Rede de Museus e Acervos da UFOP (2021) e na II Edição da Mostra Multi (UFOP) (2021). Realizou Iniciação Científica na área de História Antiga (UFOP) (2021-2022). Realizou estágio e regência na Escola Estadual Professor Valmar Lourenço Santiago (2022). Possui experiência na área de História e Pedagogia, com ênfase em História Antiga e Ensino de História. Atuando sobretudo nos temas: História Antiga, Roma Antiga, Mulheres na Antiguidade, Cláudia Octávia, Império Romano, Tácito, Suetônio, Pseudo-Sêneca, Exemplaridade, Retrato.

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Publicado

09-07-2024

Como Citar

FAVERSANI, Fábio; MIRANDA COSTA, Maria Luísa. Cláudia Otávia: elogios e críticas de uma mulher. Romanitas - Revista de Estudos Grecolatinos, [S. l.], v. 23, p. 167–187, 2024. DOI: 10.29327/2345891.23.23-11. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/43564. Acesso em: 30 dez. 2024.

Edição

Seção

Tema livre