Narrativas Públicas e Constitucionalismo na Abdicação de D. Pedro I em 1831

Autores

  • Fernanda Cláudia Pandolfi Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.47456/e-2020310307

Palavras-chave:

Brasil Império, Constitucionalismo, D. Pedro I

Resumo

Em um momento de intensas disputas políticas em torno da organização da ordem constitucional no final do Primeiro Reinado, as narrativas, entendidas como relatos que misturavam rumores, fatos e emoções, disseminaram-se amplamente na esfera pública. Analisaremos em que medida e de que maneira essas narrativas - a recolonização do Brasil e a do Imperador antinacional – geraram comportamentos que contribuíram para a Abdicação. A partir de referenciais analíticos sobre a disseminação de narrativas e rumores, concluiu-se, que as narrativas estimularam comportamentos que as confirmavam e assim amplificaram seus efeitos, reunindo grupos com demandas diversas em torno de uma causa comum, o que contribuiu para deslegitimar a figura do imperador.

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Biografia do Autor

Fernanda Cláudia Pandolfi, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutora em História pela UNESP. Pós-doutora pela UFMG. Atualmente realiza estágio pós-doutoral na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Referências

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Publicado

22-04-2021

Como Citar

PANDOLFI, Fernanda Cláudia. Narrativas Públicas e Constitucionalismo na Abdicação de D. Pedro I em 1831. Revista Ágora, [S. l.], v. 31, n. 3, p. e-2020310307, 2021. DOI: 10.47456/e-2020310307. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/agora/article/view/33443. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Revoluções no Atlântico: Brasil e Portugal na década de 20 do Oitocentos