Agronegócio forte, trabalhador duro: estudo de caso no corte de alho no Alto Paranaíba - MG

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/bjpe.v10i3.44136

Palavras-chave:

produção de alho, trabalho rural, ergonomia da atividade, movimentos repetitivos, sobrecarga física

Resumo

O trabalho na agricultura expõe as pessoas que nele atuam aos mais diversos tipos de risco, seja pela natureza da atividade, realizada à céu aberto e com exposição às intemperes climáticas, seja pelas condições que são oferecidas a esses trabalhadores, o que lhes impôs alto grau de esforço físico em elevada intensidade. No corte do alho esse esforço físico se concentra nas mãos e punhos e leva à uma séria de consequências para a saúde das pessoas. Esse trabalho apresenta os resultados de uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) de corte de alho na região do Alto Paranaíba- MG, uma das regiões de maior produção do país. No estudo foram realizadas observações diretas e entrevistas que permitiram identificar uma demanda, relacionada aos riscos presentes na situação de trabalho, suas causas e possíveis consequências. No diagnóstico buscou-se estabelecer as possíveis correlações entre os problemas bem como as prioridades. Por fim, foram elaboradas algumas recomendações de melhoria e alguns apontamentos de demandas de estudos futuros.

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Biografia do Autor

Janaíne de Fátima Ribeiro, Universidade Federal de Viçosa - Campus Rio Paranaiba

Graduanda do curso de bacharelado em engenharia de proução da universidade federal de viçosa, campus Rio Paranaíba

Ana Cláudia da Silva Cunha, Universidade Federal de Viçosa - Campus Rio Paranaiba

Graduanda do curso de bacharelado em engenharia de proução da universidade federal de viçosa, campus Rio Paranaíba

Igor dos Santos, Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM

Professor adjunto na Universidade Federal do Triângulo Mineiro UFTM, Dep. de Engenharia de Produção. Pesquisador no laboratório de simulação e projeto do trabalho - SIMUCAD UFSCar, com projeto de pesquisa em acessibilidade aeroportuária para pessoas com deficiência. Doutor em Engenharia de Produção na Universidade Federal de São Carlos - UFScar, na linha de pesquisa: Dinâmica Tecnológica e Organizacional. Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2018), na linha de pesquisa: Estudos Sociais do Trabalho, Tecnologia e Expertise. Atuou como pesquisador bolsista no laboratório de ergonomia da UFMG com pesquisa sobre a coleta de requisitos de usuários com deficiência física para desenvolver uma tecnologia. Possui graduação em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Viçosa UFV-CRP (2014). Atuou por dois anos (2015 a 2017) como professor substituto do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas da UFV-CRP: Engenharia de Produção. Atuou profissionalmente prestando serviços em ergonomia e segurança do trabalho, e, como professor docente (2018 e 2019) na faculdade de ciências gerenciais de São Gotardo - CESG, nos cursos de Engenharia de Produção e Administração. 

Larissa Sousa Campos, Universidade Federal de Viçosa - UFV

Engenheira de Produção pela Universidade Federal de Viçosa (2009), com enfoque acadêmico em Gerenciamento de Projetos Sociais, Solidários e Populares, englobando conceitos de planejamento, projeto e controle de Sistemas de Produção, auto-gestão e sustentabilidade. Mestre em Engenharia da Produção na área de Ergonomia e Trabalho pelo Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, na área de concentração de Produto e Trabalho, da Universidade Federal de Minas Gerais (2013), Doutora em Engenharia da Produção , na área de concentração Pesquisa Operacional e Intervenções em Sistemas Sociotécnicos, na linha de Estudos Sociais da Tecnologia, Trabalho e Expertise pelo PPGEP UFMG (2020). Atualmente é professora nas áreas de Engenharia do Trabalho e Engenharia da Sustentabilidade do curso de engenharia de Produção na Universidade Federal de Viçosa, campus Rio Paranaíba (2013-atual), é membro do Núcleo de pesquisa e extensão AlterNativas de Produção da UFMG, do Observatório da Reciclagem Inclusiva e Solidária - ORIS de Minas Gerais e da Rede de Engenharia Popular Osvaldo Sevá - REPOS. Atua na área de organização da produção e do trabalho com cooperativas e associações de catadores, desde de 2010, e com coleta seletiva solidária, com projetos nas áreas de gestão de resíduos e de desenvolvimento de ecossistemas cooperativos de produção.

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Publicado

11.07.2024

Como Citar

Ribeiro, J. de F., Cunha, A. C. da S., Santos, I. dos, & Campos, L. S. (2024). Agronegócio forte, trabalhador duro: estudo de caso no corte de alho no Alto Paranaíba - MG. Brazilian Journal of Production Engineering, 10(3), 66–80. https://doi.org/10.47456/bjpe.v10i3.44136