Desejo mimético e bode expiatório em "Júlio César" e "Hamlet", de William Shakespeare
Mimetic desire and scapegoat in Julius Caesar and Hamlet by William Shakespeare
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v1i41.35957Palavras-chave:
Desejo mimético, Bode expiatório, William Shakespeare, René GirardResumo
Este artigo objetiva abordar a presença do desejo mimético e do bode expiatório nas tragédias Júlio César e Hamlet, de William Shakespeare, tendo como base as contribuições teóricas de René Girard (2010). A partir da obra A violência e o sagrado, o teórico francês verifica, através de uma visão antropológica dos rituais primitivos, os efeitos disruptivos do desejo mimético, apontando a presença de um mecanismo expiatório como responsável pela resolução dos conflitos. A fim de compreender como a observação antropológica de Girard é articulada à matéria teatral de Shakespeare, este trabalho serve-se das considerações de Aristóteles (1997) sobre a tragédia na Poética e a divisão dos modos ficcionais de Northrop Frye (2013) na Anatomia da crítica. Nota-se nas duas peças que a resolução dos conflitos entre as personagens pelo bode expiatório possibilita a purgação das rivalidades no contexto da peça e proporciona a catarse da plateia.
Abstract
This article aims to approach the presence of mimetic desire and scapegoat in the tragedies Julius Caesar and Hamlet by William Shakespeare, it is based on René Girard’s (2010) theoretical contributions. From the work A violência e o sagrado, the French theorist verifies, through an anthropological point of view about the primitive rituals, disruptive effects of the mimetic desire, he points out the presence of a scapegoat as responsible for resolution of conflicts. In order to comprehend how Girard’s anthropological observation is articulated with Shakespeare’s theatrical material, this work uses Aristotle’s (1997) considerations about tragedy in the Poética and the Northrop Frye’s (2013) division of fictional modes in Anatomia da crítica. It is possible to note that the resolutions of conflicts among the characters, through a scapegoat, provides purgation of rivalries in the context of the play and the audience’s catharsis.
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Copyright (c) 2022 Emilly Silva Rodrigues, Rafael Campos Quevedo
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