Cantigas de lindô na comunidade remanescente de quilombola de Cocalinho

uma “pisada boa”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v16i35.39027

Palavras-chave:

Cantigas de Lindô., Teoria dos Campos Lexicais., Comunidade Quilombola de Cocalinho, Formação Docente

Resumo

Este trabalho apresenta os resultados de um estudo das Cantigas de Lindôelemento cultural da comunidade quilombola de Cocalinho, localizada no Município de Santa Fé do Araguaia, no Estado do Tocantins. O objetivo é estudar o léxico das Cantigas de Lindô dessa Comunidade a fim de desenvolver oficinas pedagógicas, baseadas na Teoria dos Campos Lexicais, para serem aplicadas nas aulas de Língua Portuguesa. Como pressupostos metodológicos, optamos por realizar uma pesquisa qualitativa sob o olhar etnográfico. Além disso, utilizamos a metodologia decolonial, fundamentada em Walsh (2009) e ancorada pela pesquisa-ação, sob as vertentes de Baldissera (2001), Thiollent (2008), Renald e Sánchez (2015), Fuchs (2019) e Batista (2020). Para as discussões acerca da Teoria dos Campos Lexicais, pautamo-nos em Geckeler (1976), Coseriu (1977) e Abbade (2009 e 2012). A pesquisa revelou que as Cantigas de Lindô possuem um alto valor semântico, além de apresentar, por meio das formações docentes e das oficinas pedagógicas, a riqueza do saber e da cultura da comunidade quilombola de Cocalinho.

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Biografia do Autor

Jane Guimarães Sousa, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA)

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Tocantins (2009), mestrado em Ensino de Língua e Literatura PPGL pela Universidade Federal do Tocantins UFT (2013) e doutorado em Linguística e Literatura PPGLLIT pela Universidade Federal do Tocantins UFNT (2021). É professora adjunta da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), atuando no curso de Letras do Instituto de Estudos do Xingu/IEX. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Sociolinguística e Ensino do Léxico, atuando nos seguintes temas: educação escolar indígena e educação indígena, educação escolar quilombola e educação quilombola, oralidade e escrita, e material didático.

Karylleila Santos Andrade, Universidade Federal do Tocantins

Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual do Tocantins (1993), mestrado em Linguística pela Universidade de São Paulo (2000) e doutorado em Linguística pela Universidade de São Paulo (2006). Atualmente é bolsista de produtividade em pesquisa pq2 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e professora associada IV da Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência na área da Antropologia Linguística e Linguística, com ênfase em Etnotoponímia, atuando principalmente nos seguintes temas: léxico, toponímia, interdisciplinaridade, ensino e educação.

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Publicado

29-12-2022