Alegoria ou representação literal? Mulheres indígenas na arte pública capixaba

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rf.rf.2132.49277

Palavras-chave:

arte pública, mulheres indígenas, monumentos, cultura capixaba

Resumo

A história da representação dos monumentos na arte pública do Espírito Santo é marcada por figuras masculinas, atreladas a um discurso hegemônico balizado por questões de colonização e patriarcado. De acordo com dados levantados pelo Laboratório de Extensão e Pesquisa em Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (LEENA/UFES), menos de 10% dos monumentos capixabas retratam mulheres. Dentre esses monumentos, dois dos que fazem referência aos povos originários permitem uma avaliação acerca da representatividade das mulheres indígenas: Mãe-bá (1999) e Fonte do Caju (1980). Assim, este artigo investiga as obras com o objetivo de analisar tanto sua relevância para a preservação da cultura e identidade indígenas, quanto questionar a visibilidade das mulheres, em especial daquelas inseridas na cultura dos povos originários no estado.

Biografia do Autor

  • Rosely Kumm, PPGA-UFES/LEENA

    Artista plástica, arte educadora e pesquisadora capixaba. Sua carreira é marcada por uma abordagem interdisciplinar, conectando a arte a diversas áreas do conhecimento humano. Atualmente, Rosely é mestranda do Programa de Pós-graduação em Artes da Ufes e pesquisadora no Laboratório de Extensão e Pesquisa em Artes - Leena/Ufes.

  • Jaqueline Torquatro de Oliveira, PPGA/LEENA/UFES

    Bacharela em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (2013) e Mestra em Artes pela mesma instituição (2025).

  • Júlia Mello, PPGART-UFSM

    Professora colaboradora no Programa de Pós-graduação em Artes (PPGART-UFSM). Pós-doutorado em Artes (PPGA-UFES 2023-2024, bolsista FAPES PROFIX), doutorado em Artes Visuais (PPGAV/EBA-UFRJ, bolsista CNPq) com estágio sanduíche na Kendall College of Art and Design of Ferris State University (2020, bolsista CAPES PrInt). Mestrado em Artes (UFES/2015, bolsista FAPES), MBA em Design e Produção de Moda (UVV/2008), Licenciatura em Artes Visuais (Claretiano/2019), Licenciatura Plena em Música (UFES/2008) e Bacharelado em Design, habilitação em Moda e Vestuário (FAESA/2005).

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Publicado

30-06-2025

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Seção Temática

Como Citar

Alegoria ou representação literal? Mulheres indígenas na arte pública capixaba. (2025). Farol, 21(32), 192-207. https://doi.org/10.47456/rf.rf.2132.49277