Alegoria ou representação literal? Mulheres indígenas na arte pública capixaba
DOI:
https://doi.org/10.47456/rf.rf.2132.49277Palavras-chave:
arte pública, mulheres indígenas, monumentos, cultura capixabaResumo
A história da representação dos monumentos na arte pública do Espírito Santo é marcada por figuras masculinas, atreladas a um discurso hegemônico balizado por questões de colonização e patriarcado. De acordo com dados levantados pelo Laboratório de Extensão e Pesquisa em Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (LEENA/UFES), menos de 10% dos monumentos capixabas retratam mulheres. Dentre esses monumentos, dois dos que fazem referência aos povos originários permitem uma avaliação acerca da representatividade das mulheres indígenas: Mãe-bá (1999) e Fonte do Caju (1980). Assim, este artigo investiga as obras com o objetivo de analisar tanto sua relevância para a preservação da cultura e identidade indígenas, quanto questionar a visibilidade das mulheres, em especial daquelas inseridas na cultura dos povos originários no estado.
Referências
ABREU, José Gilherme. Arte pública e lugares de memória. Revista da Faculdade de Letras Ciências e Técnicas do Património. Porto, 2005 I Série vol. IV, pp. 215-234.
ACERVO ONLINE. Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2016. Disponível em: https://ape.es.gov.br/acervo-online. Acesso em: 12 fev. 2025.
A SEGUIR. A Seguir Niterói: Pesquisa Sobre Monumentos em Niterói. A Seguir Niterói, 2024. Disponível em:
https://aseguirniteroi.com.br/noticias/niteroi-tem-53-estatuas-e-bustos-e-nenhuma-homenagem-a-mulher/. Acesso em: 20 dez. 2024.
BÁEZ, Fernando. A história universal da destruição dos livros: das tábuas sumérias à guerra do Iraque. Tradução de Lya Luft. Rio de Janeiro: Ediouro, 2010.
CIRILLO, José. Uma obra. Uma epidemia. Quando um mosquito muda a paisagem. In: CIRILLO, José; GRANDO, Ângela; BELO, Marcela. (In) Pertinências recurso eletrônico: 10 doses no silêncio e na arte. 1 ed. Vitória: EDUFES, 2021.
COUTINHO, José Maria. Uma história do povo de Aracruz. Aracruz: Reitem, 2006.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 20 ed. Petrópolis: Vozes,
1999a.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. 13 ed. Rio de
Janeiro: Edições Graal, 1999b.
FOUCAULT, Michel. Os anormais: curso no Collège de France (1974-1975). 1 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MOREIRA, Vânia Maria Losada. Terras indígenas do Espírito Santo sob o regime territorial de 1850. Revista Brasileira de História, v. 22, n. 43, p. 161-180, 2002.
NEW YORK TIMES. Why are there so few monuments that successfully depict women? Notes on the culture. Disponível em: https://www.nytimes.com/2021/02/18/t-magazine/female-monuments-women.html. Acesso em: 12 fev. 2025.
RIEGL, Alois. El culto moderno a los monumentos: su esencia y su desarrollo. Tradução de María Teresa Muñoz. Madrid: Visor, 1987.
SCHUBERT, Arlete M. Pinheiro; KAYAPO, Aline Ngrenhtabare Lopes; ULRICH, Claudete Beise. Mulheres indígenas - indígenas mulheres: Corpos-territórios-devastados-interditados. Revista do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, v. 4, n. 7, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/revapees/article/view/33965. Acesso em: 12 fev. 2025.
SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
VALENTE, Elizabeth. Entrevista concedida a Jaqueline Torquatro. 22 set. 2023. Entrevista por e-mail.
VOZ DO PIRAQUÊAÇU. Disponível em: https://www.vozdopiraqueacu.com. Acesso em: 13 fev. 2025.
WARNER, Marina. Monuments and maidens: the allegory of the female body. Londres: Vintage Publishing, 1996.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Rosely Kumm, Jaqueline Torquatro de Oliveira, Júlia Mello

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores de trabalhos submetidos à Revista Farol autorizam sua publicação em meio físico e eletrônico, unicamente para fins acadêmicos, podendo ser reproduzidos desde que citada a fonte. Os mesmos, atestam sua orignalidade, autoria e ineditismo.