Ensino de português como segunda língua para surdos
reflexões a partir das lentes da multimodalidade e da perspectiva histórico-cultural
DOI:
https://doi.org/10.47456/krkr.v1i20.43718Palavras-chave:
Ensino de Português; Língua de Sinais; Surdez; Multimodalidade; InteraçãoResumo
A educação de surdos vem sendo, ao longo da história, discutida e debatida, transitando entre diferentes espaços e esferas da atividade de pesquisa. Entre esses debates, figura o ensino de português para surdos – assunto tão complexo por descortinar não apenas perspectivas teórico-metodológicas, mas também tornar evidente o limiar de duas dualidades que se tensionam no espaço da sala de aula: a língua oral (Português) e a língua visual (Libras), com modalidades que se diferem e se contrastam. Na esteira desse debate, o presente artigo busca refletir sobre a prática do ensino de português para alunos surdos trazendo contribuições da abordagem da multimodalidade (Kress, 2010; Kress e Van Leeuwen, 2021) e da perspectiva histórico-cultural de Vygotsky (1983, 1994, 2007, 2011). O trabalho apresenta uma revisão bibliográfica com olhares críticos e ilustra uma proposta didática envolvendo a leitura e escrita em língua portuguesa com estudantes surdos. Nossas reflexões sinalizam para um ensino de português em uma perspectiva de segunda língua, que considere a língua de sinais para construção do conhecimento, além da criação de um ambiente linguístico onde a visualidade e a interação se façam presentes e, neste aspecto, a multimodalidade abre possibilidades que ressignificam a maneira de olhar a surdez e as formas de se ensinar o código escrito de uma língua oral a surdos usuários da língua de sinais.
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