Influência de métodos e solventes na extração de bio-óleo de Nannochloropsis oculata: avaliação experimental e estatística

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21712/lajer.2025.v12.n3.p129-134

Palavras-chave:

lipídios, solventes orgânicos, eficiência de processo, ultrassom, biocombustíveis

Resumo

O aproveitamento de microalgas para produção de biocombustíveis tem despertado crescente interesse devido à sua alta produtividade, rápida taxa de crescimento e capacidade de fixação de CO₂. Dentre as etapas do processo, a extração de lipídios é considerada uma das mais críticas e onerosas, sendo amplamente dependente do solvente e do método empregado. Embora solventes apolares, como o hexano, e métodos assistidos, como o ultrassom, sejam comumente utilizados, ainda há divergências quanto à combinação mais eficiente para maximizar o rendimento da extração. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do solvente (hexano, diclorometano e mistura hexano+diclorometano) e do método de extração (agitação, ultrassom e agitação+ultrassom) sobre a eficiência de extração de bio-óleo da microalga Nannochloropsis oculata. Foram realizados nove experimentos em duplicata, e os resultados foram analisados por ANOVA fatorial (2-vias) e teste de Tukey HSD (p < 0,05). Os resultados demonstraram diferenças significativas entre os fatores avaliados, evidenciando uma interação expressiva entre solvente e método. O uso de hexano assistido por ultrassom (H+U) apresentou o maior rendimento médio de extração (14,95% ± 0,41), seguida de diclorometano + ultrassom (10,06% ± 0,62) e hexano + diclorometano em agitação + ultrassom (9,87% ± 0,35). O ultrassom mostrou-se determinante para o aumento da eficiência, independentemente do solvente. A ausência de efeito sinérgico na mistura H+D indica que a combinação de solventes não necessariamente resulta em ganhos de rendimento. Assim, a associação de hexano e ultrassom destacou-se como a condição mais eficiente para a extração de bio-óleo de Nannochloropsis oculata, representando uma alternativa promissora para processos sustentáveis de produção de biocombustíveis.

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Biografia do Autor

  • Nicholas Alexandre Berger Bento, UFES

    Doutorando em Energia pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES (2024-28); Mestre em Energia pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES (2023) com ênfase em eficiência energética; Engenheiro Químico pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES (2021); Atuou como Professor no Curso Técnico em Química na Escola MASTER (2023-24); Atuou como Analista Técnico de Laboratório na Indústria Alcon - Cia de Álcool e Açúcar (2023); Atuou como Professor Assistente A, Nível 1 pela Universidade Federal do Espírito Santo (2024-2025); Interesse nas área de Engenharia Química, Engenharia de processos, Energia, Simulação, Otimização de processos, biocombustível, microalgas.

  • Lyon Lopes Cosme, UFES

    Estudante de graduação em Engenharia Química na Universidade Federal do Espírito Santo

  • Marcelo Silveira Bacelos, UFES

    Formou-se em Engenharia Química pela FURG em 1999 e, posteriormente, ingressou no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da UFSCar, onde obteve o título de Mestre em 2002 (bolsista CNPq) e Doutor em 2006 (bolsista CAPES). Realizou pesquisa de pós-doutorado no Departamento de Engenharia Química da UFSCar entre 2006 e 2008, com bolsa FAPESP. Em agosto de 2008, iniciou sua carreira no magistério superior como Professor Adjunto no extinto Departamento de Engenharia e Ciências Exatas (DECE) da UFES, no campus provisório de São Mateus/ES. Atuou como Membro Titular da Câmara de Assessoramento da FAPES entre 2010 e 2014. Em 2016, realizou pós-doutorado no Illinois Institute of Technology, em Chicago, EUA. Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Energia (PPGEN) nos períodos de 2014-2015 e 2019-2023. Atualmente, é Professor Titular do Departamento de Engenharia e Tecnologia da UFES, onde ministra disciplinas de Fenômenos de Transporte nos cursos de graduação em Engenharia Química e Engenharia de Produção. Desde 2011, é membro permanente do PPGEN/UFES, onde leciona as disciplinas de Seminários em Eficiência Energética e Tecnologias para Produção de Combustíveis nos cursos de Mestrado e Doutorado. Desde 2023, é bolsista de Produtividade em Pesquisa (BPC-PQ) da FAPES. Suas pesquisas concentram-se na produção de combustíveis derivados de resíduos em reatores de leito de jorro (ou fluidizados) e na recuperação de frações líquidas de gás natural por meio de processos de resfriamento.

  • Paulo Sérgio da Silva Porto, UFES

    Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio Grande (1997), mestrado em Engenharia e Ciência de Alimentos pela Universidade Federal do Rio Grande (2001) e doutorado em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (2005). Atualmente é Professor Titular (Classe E), da Universidade Federal do Espírito Santo, membro do núcleo docente estruturante (NDE) da Universidade Federal do Espírito Santo, membro comissão de critérios de permanência do Programa de Pós Graduação em Energia (Mestrado) da Universidade Federal do Espírito Santo, coordenador dos laboratórios de caracterização física de materiais I e II e do laboratório de operações unitárias, da Universidade Federal do Espírito Santo. Atua, principalmente, nos seguintes linhas de pesquisa: processos de separação, eficiência energética, reatores de eletrofloculação para tratamento de efluentes, reaproveitamento de rejeitos.

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Publicado

29-11-2025

Edição

Seção

Eficiência Energética

Como Citar

Bento, N.A.B. (2025) “Influência de métodos e solventes na extração de bio-óleo de Nannochloropsis oculata: avaliação experimental e estatística”, Latin American Journal of Energy Research, 12(3), p. 129–134. doi:10.21712/lajer.2025.v12.n3.p129-134.

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