Pesquisa Qualitativa Nos Estudos Organizacionais (EOR)
Reflexões Sobre As Escolhas E Estratégias Metodológicas
DOI:
https://doi.org/10.47456/regec.2317-5087.2024.13.3.43679.225.246Palavras-chave:
Pesquisa Qualitativa, Métodos Qualitativos, Estudos Organizacionais, Estratégias MetodológicasResumo
Este trabalho objetiva ampliar o diálogo com os pesquisadores organizacionais ao apresentar abordagens qualitativas dos Estudos Organizacionais (EOR) brasileiros, de modo a possibilitar as escolhas e estratégias metodológicas. Destacam-se os métodos tradicionais mais utilizados, e seus desdobramentos: estudo de caso, etnografia, história oral e de vida, pesquisa-ação e grounded theory. Apresentam-se os aspectos relacionados às abordagens discutidas, principalmente ao cumprimento do rigor e da relevância, considerando suas variações, limitações e potencialidades para a realização de diferentes estudos qualitativos. A pesquisa qualitativa nos EOR é um campo livre e aberto e, por isso, deve ser mais bem estudada pelos pesquisadores organizacionais; e a diversidade de estratégias qualitativas no campo organizacional exige reflexividade por parte dos pesquisadores, tornando-se, portanto, necessário que as pesquisas sejam conduzidas e produzidas com rigor para que possam impactar a pesquisa qualitativa nos EOR.
Downloads
Referências
Andion, C., & Serva, M. A. (2010). A etnografia e os estudos organizacionais. In Godoi, C. K., Bandeira-de-Mello, R., & Silva, A. B. Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos, (p. 145-79). São Paulo: Saraiva.
Arminen, I. (2008). Scientific and “radical” ethnomethodology: from incompatible paradigms to ethnomethodological sociology. Philosophy of the Social Sciences, 38(2), 167-91.
Arruda, P. L., Silva, G. F., Luz, T. G., Junges, I., & Mussi, L. C. (2021). O uso de estudos de caso na pesquisa em administração: um panorama em periódicos nacionais de alto impacto. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios, Florianópolis, 14(1), 227-59.
Bandeira-de-Mello, R., & Cunha, C. J. C. A. Grounded theory. In Godoi, C. K., Bandeirade-Mello, R. & Silva, A. B. (2010). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. (p. 241-66). São Paulo: Saraiva.
Banks, M. (2009). Dados visuais para pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed.
Bansal, P., Smith, W. K., & Vaara, E. (2018). New ways of seeing through qualitative research. Academy of Management Journal, 61(4), 1189-95.
Bianchi, E. M. P. G., & Ikeda, A. A. (2008). Usos e aplicações da grounded theory em administração. Gestão. Org.: Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, 6(2), 231-48.
Bispo, M. S., & Godoy, A. S. (2014). Etnometodologia: uma proposta para pesquisa em estudos organizacionais. Revista de Administração da Unimep, 12(2), 108-35.
Cavedon, N. R. (2005). Fotoetnografia: a união da fotografia com a etnografia no descortinamento dos não ditos organizacionais. Organizações & Sociedade, 12(35), 13-27.
Cepellos, V., & Tonelli, M. J. (2020). “Grounded theory”: passo a passo e questões metodológicas na prática. Revista de Administração Mackenzie, 21(5), 1-29.
Cerchiaro, I. B., Ayrosa, E. A. T., & Zouain, D. M. (2009). A aplicação de abordagens feministas na pesquisa em administração. Cadernos Ebape.br, 7(4), 650-64.
Charmaz, K. (2009). A construção da teoria fundamentada: guia prático para análise qualitativa. Porto Alegre: Artmed.
Colomby, R. K., Peres, A. G. L., Lopes, F. T., & Costa, S. G. (2016). A pesquisa em história de vida nos estudos organizacionais: um estudo bibliométrico. Farol: Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, 3(8), 852-87.
Corbin, J., & Strauss, M. A. (1990). Grounded theory research: procedures, canons, and evaluative criteria. Qualitative Sociology, (13), 3-21.
Craide, A. (2011). A adoção da história de vida em pesquisas sobre a interculturalidade: uma nova possibilidade de aplicação no campo da administração. In Anais do Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade, João Pessoa.
Creswell, J. W. (2013) Qualitative inquiry & research design: choosing among five approaches. Thousand Oaks: Sage.
Cunha, M. P., & Rergo, A. (2019). Métodos qualitativos nos estudos organizacionais e de gestão. Revista de Gestão dos Países de Língua Portuguesa,18(3),188-206.
Davel, E. P. B., Fantinel, L. D., & Oliveira, J. S. (2019). Etnografia audiovisual: potenciais e desafios na pesquisa organizacional. Organizações & Sociedade, 26(90), 579-606.
Dias, G. F., Souza, R. A., & Ramos, A. S. M. (2019). O que diriam Popper e Adorno sobre o método da Teoria Fundamentada? Revista de Administração da Unimep, 17(2), 210-28.
Dias, M. F. P., & Pedrozo, E. A. (2015). Metodologia de estudo de caso com múltiplas unidades de análise e métodos combinados para estudo de configurações. Revista Ibero-Americana de Estratégia, 14(2), 23-39.
Dresch, A., Lacerda, D. P., & Miguel, P. A. C. (2015). Uma análise distintiva entre o estudo de caso, a pesquisa-ação e a design science research. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 17(56), 1116-33.
Ellis, C. (1999). Heartful autoethnography. Qualitative Health Research, 9(5), 669-83.
Erro-Garcés, A., & Alfaro-Tanco, J. A. (2020). Action research as a meta-methodology in the management field. International Journal of Qualitative Methods, (19), 1-11.
Freitas, S. M. (2006). História oral: possibilidades e procedimentos. São Paulo: Associação Editorial Humanistas.
Glaser, B., & Strauss, A. (1967). The discovery of Grounded Theory: strategies for qualitative research. Mill Valley: Sociology Press.
Godoi, C. K., Bandeira-de-Mello, R., & Silva, A. B. (2010). Introdução. In Godoi, C. K., Bandeira-de-Mello, R., & Silva, A. B. Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos, (pp. 1-13.) São Paulo: Saraiva.
Godoy, A. S. (1995). A pesquisa qualitativa e sua utilização em administração de empresas. Revista de Administração de Empresas, 35(4), 65-71.
Godoy, A. S. (2010). Estudo de caso qualitativo. In Godoi, C. K., Bandeira-de-Mello, R., & Silva, A. B. Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos, (pp. 115-46). São Paulo: Saraiva.
Godoy, A. S. (2018). Reflexão a respeito das contribuições e dos limites da história de vida na pesquisa em administração. Administração: Ensino e Pesquisa, 19(1), 161-75.
Henriques, F. M., & Pereira, S. J. N. (2018). Autenticidade e consumo de rock clássico: uma netnografia no Facebook. Read: Revista Eletrônica de Administração, 24(1), 1-29.
Hindmarsh, J., & Llewellyn, N. (2018). Video in sociomaterial investigations: a solution to the problem of relevance for organizational research. Organizational Research Methods, 21(2), 412-37.
Hodge, P. A., & Costa, A. S. M. (2021). História oral e pesquisa organizacional: desafios da construção de conhecimento sobre o passado. Organizações & Sociedade, 28(99), 721-56.
Ichikawa, E. Y., & Santos, L. W. (2010). Contribuições da história oral à pesquisa organizacional. In Godoi, C. K., Bandeira-de-Mello, R., & Silva, A. B. Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. (pp. 181-205). São Paulo: Saraiva.
Joaquim, N. F., & Carrieri, A. P. (2018). Construção e desenvolvimento de um projeto de história oral em estudos sobre gestão. Organizações & Sociedade, 25(85), 303-19.
Jonsen, K., Fendt, J., & Point, S. Convincing qualitative research: what constitutes persuasive writing?. Organizational Research Methods (ORM), (21), 30-67.
Kempster, S., & Stewart, J. (2018). Becoming a leader: a co-produced autoethnographic exploration of situated learning of leadership practice. Management Learning, 41(2), 205-19.
Klein, S. M., Colla, P. E. B., & Walter, S. A. (2021). O caso da abordagem de estudos de casos: elementos, convergências e divergências entre Yin, Eisenhardt e Stake. RAD: Revista Administração em Diálogo, 23(1), 122-35.
Kock, K. F., Godoi, C. K., & Lenzi, F. C. (2012). Discussão e prática da autoetnografia: um estudo sobre aprendizagem organizacional em uma situação de catástrofe. Revista Gestão Organizacional, 5(1), 93-106.
Kozinets, R. V. (2010) Netnography: doing ethnographic research online. London: Sage.
Latusek, D., & Vlaar, P. W. (2014). Exploring managerial talk through metaphor: an opportunity to bridge rigor and relevance? Management Learning, 46(2), 211-32.
Leite, A. L., & Lemos, D. C. (2021). Utilização da pesquisa-ação no campo das ciências sociais aplicadas. Read: Revista Eletrônica de Administração, 28(1), 64-91.
Levy, J. S. (2008). Case Studies: types, designs and logics of inference. Conflict Management and Peace Science, 25(1), 1-18.
Lima, M. C., Silva, C. C. D. S., & Torini, D. M. (2019). Métodos móveis no contexto do paradigma das novas mobilidades. InternexT: Revista Eletrônica de Negócios Internacionais da ESPM, 14(2), 145-60.
Lima, M. M., Mesquita, J. S., Ferretti, A. Z., & Souza, E. M. (2021). Abordagens feministas nos estudos organizacionais: uma agenda de pesquisa a partir da análise da produção cientifica brasileira entre 2010 a 2020. In Anais do XLV EnAnpad, Maringá.
Lopes, L. L. S., & Ipiranga, A. S. R. (2021). Etnografando arquivos históricos: caminhos possíveis para pesquisas em estudos organizacionais. Organizações & Sociedade, 28(96), 35-56.
Macedo, R. S. (2009). Outras luzes: um rigor intercrítico para uma etnopesquisa política. In Macedo, R. S., GaleffiI, D. A., & Pimentel, A. Um rigor outro sobre a qualidade na pesquisa qualitativa: educação e ciências humanas, (pp. 75-126). Salvador: EDUFBA.
Magalhães, T. G., & Santos, G. L. (2016). Etnografia e estudos organizacionais: análise da produção científica brasileira. Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, 3(2), 145-70.
Marcus, G. (1995). Ethnography in/of the world system: the emergence of multisited ethnography. Annual Review of Anthropology, (24), 95-117.
Marton, F. (1981). Phenomenography: describing conceptions of the world around us. Instructional Science, 10(2), 177-200.
Maurer, M., & Githens, R. P. (2010). Toward a reframing of action research for human resource and organization development: moving beyond problem solving and toward dialogue. Action Research, 8(3), 267-92.
McDonald, S. (2005). Studying actions in context: a qualitative shadowing method for organizational research. Qualitative Research, 5(4), 455-73.
Medeiros, A. P., Santos, J. L. G. D., & Erdmann, R. H. (2019). A teoria fundamentada nos dados na pesquisa em administração: evidências e reflexões. Revista de Ciências da Administração, 21(54), 95-110.
Menelau, S., Santos, P. M. F., Castro, B. G. A., & Nascimento, T. G. (2015). Realizar pesquisa sem ação ou pesquisa-ação na área de administração? Uma reflexão metodológica. RAUSP Management Journal, 50(1), 40-55.
Oliveira, A. (2013). Por que etnografia no sentido estrito e não estudos do tipo etnográfico em educação? Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade, 22(40), 69-81.
Oliveira, J. S., & Cavedon, N. R. (2017). Os circos contemporâneos como heterotopias organizacionais: uma etnografia multissituada no contexto Brasil-Canadá. Revista de Administração Contemporânea, 21(2), 142-62.
Oliveira, S. R., & Piccinini, V. C. (2009). Validade e reflexividade na pesquisa qualitativa. Cad. Ebape.br, 7(1), 88-98.
Pinto, M. R., & Santos, L. L. S. (2012). A grounded theory como abordagem metodológica: relatos de uma experiência de campo. Organizações & Sociedade,19(62), 417-36.
Poubel, L., Margon, J., & Júlio, A. C. (2018). Contribuições do fazer etnográfico para a pesquisa criticamente reflexiva. Farol: Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, 5(12), 348-93.
Ramires, A., & Machado, L. (2017). Grounded Theory: uma análise da produção científica brasileira em administração no período de 2000 a 2014. Revista Alcance, 24(2), 258-71.
Reis, C., Barrios, Y. M. R., Silva, R. B. S., & Busarello, M. T. B. (2022). Roteiro para análise de dados qualitativos em pesquisas sobre turismo e desenvolvimento sustentável. Turismo: Visão e Ação, 24(3), 512-26.
Sacramento, A. A., Figueiredo, P. F. M., & Teixeira, R. M. (2017). Método da história oral nas pesquisas em administração: análise nos periódicos nacionais no período de 2000 a 2015. Revista de Ciências da Administração, 19(49), 57-73.
Saraiva, C. M., & Anjos, A. M. G. dos (2020). A pesquisa-ação no ensino superior: um caminho de (trans)formação individual e social. Administração: Ensino e Pesquisa, 21(3), 282-315.
Shenton, A. K. (2004). Strategies for ensuring trustworthiness in qualitative research projects. Education for Information, (22), 63-75.
Silva, A. R. da., & Fantinel, L. D. (2014). Dilemas e implicações do uso da observação enquanto técnica em detrimento da etnografia. In Anais do XXXVIII EnAnpad, Rio de Janeiro.
Silva, M. R., Barbosa, M. A. S., & Lima, L. G. B. (2020). Usos e possibilidades metodológicas para os estudos qualitativos em administração: explorando a análise temática. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, 14(1), 111-23.
Stake, R. E. (2005). Qualitative case studies. In Denzin, N. K. & Lincoln, Y. S. The Sage handbook of qualitative research, (p. 443-66). London: Sage.
Teixeira, R., Lemos, A. H. C., & Lopes, F. T. (2021). A história de vida na pesquisa em administração. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, 15(4), 101-18.
Torlig, E. G. S., Resende Junior, P. C., Fujihara, R. K., Montezano, L., & Demo, G. (2022). Validation proposal for qualitative research scripts (Vali-Quali). Administração: Ensino e Pesquisa, 23(1), 4-29.
Tres, G. S., & Souza, W. J. (2022). Racionalidade substantiva na gestão comunal de ecovilas. Revista de Administração de Empresas, 62(2), 1-16.
Tureta, C., & Alcadipani, R. (2011). Entre o observador e o integrante da Escola de Samba: os não humanos e as transformações durante uma pesquisa de campo.mRevista de Administração Contemporânea, 15(2), 209-27.
Van Maanen, J. (2015). The present of things past: ethnography and career studies. Human Relations, 68(1), 35-53.
Vizentin, R. J., Cassandre, M. P., & Bulgacov, Y. L. M. (2022). Uma netnografia para produção e análise de contradições em uma atividade bancária. Cadernos EBAPE.BR, 20(5), 593-607.
Weber, L., Grisci, C. L. I., & Paulon, S. M. (2012). Cartografia: aproximação metodológica para produção do conhecimento em gestão de pessoas. Cadernos Ebape.br, 10(4), 841-57.
Welch, C., Rumyantseva, M., & Heweesine, L. J. (2015). Using case research to reconstruct concepts: a methodology and illustration. Organizational Research Methods, 19(1), 111-30.
Yin, R. K. (2001). Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman.
Yin, R. K. (2015). Estudo de caso: planejamento e métodos. 5. ed. Porto Alegre: Bookman.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais dos originais aprovados serão automaticamente transferidos à Revista, como condição para sua publicação, e para encaminhamentos junto às bases de dados de indexação de periódicos científicos.
Esta cessão passará a valer a partir da submissão do manuscrito, em formulário apropriado, disponível no Sistema Eletrônico de Editoração da Revista.
A revista se reservará o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos(as) autores(as).
Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos(às) autores(as), quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.
As provas finais serão encaminhadas aos(às) autores(as).
Os trabalhos publicados passarão a ser de propriedade da Revista, ficando sua re-impressão (total ou parcial) sujeita à autorização expressa da Revista. Em todas as citações posteriores, deverá ser consignada a fonte original de publicação: Revista Gestão & Conexões.
A Universidade Federal do Espírito Santo e/ou quaisquer das instâncias editoriais envolvidas com o periódico não se responsabilizarão pelas opiniões, idéias e conceitos emitidos nos textos. As opiniões emitidas pelos(as) autores(as) dos artigos serão de sua exclusiva responsabilidade.
Em todo e qualquer tipo de estudo que envolva situações de relato de caso clínico é fundamental o envio de cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado(s) pelo(s) paciente(s).