Mortalidade por causas externas em crianças e adolescentes de 5 a 14 anos
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v24i2.37166Palavras-chave:
Adolescente, Causas Externas, Mortalidade, CriançaResumo
Introdução: Desde a década de 1980, as causas externas têm se destacado como causa de morbimortalidade no Brasil, com elevadas taxas de homicídios e acidentes de trânsito, envolvendo principalmente a população masculina. O Espírito Santo se destaca por apresentar as maiores taxas de óbitos de crianças e adolescentes por acidente de trânsito e homicídio da região Sudeste. Objetivo: Analisar as mortes por causas externas dos 5 aos 14 anos no Espírito Santo, no período de 2010 a 2019. Métodos: Estudo ecológico de série temporal, com dados do Sistema de Informação de mortalidade. A tendência das taxas de mortalidade foi estimada por modelos de regressão binomial negativa multivariável. Resultados: Um terço das mortes por causas externas nessa faixa etária foram por agressão, e a mortalidade de meninos de 10 a 14 anos por agressão foi o dobro daquela observada no Sudeste e Brasil. As tendências temporais no Espírito Santo foram semelhantes àquelas observadas no Sudeste e Brasil, com exceção da mortalidade por afogamento. Conclusão: Embora a tendência na mortalidade por causas externas seja de redução, as altas taxas de mortalidade por agressão apontam a necessidade de priorizar a prevenção desses eventos.
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