Atividade profilática da cafeína no controle da doença de Parkinson

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rbps.v25i4.40561

Palavras-chave:

Doença de Parkinson, Cafeína, Controle

Resumo

I

 

 Introdução: No mundo, estima-se que a doença de Parkinson (DP) seja a segunda neuropatologia degenerativa mais comum, sendo precedida apenas pelo mal de Alzheimer. Trata-se de uma doença idiopática, que resulta das interações individuais com fatores ambientais e que acarreta disfunções bio­químicas. Sabe-se, entretanto, que metilxantinas, como a cafeína, possuem atividades biológicas que estão correlacionadas com a fisiopatologia das demências. Objetivo: Verificar a atividade profilática da cafeína no controle da DP. Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura com busca eletrônica de artigos científicos, publicados entre 2015 e 2020, nas bases Scientific Eletronic Library (SciELO), Centro Latino-americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME-OPAS-OMS) e National Library of Medicine, dos EUA (PubMed). A busca se deu a partir da pesquisa das palavras-chave “caf­feine and Parkinson disease”. Resultados: Foram selecionados dez artigos, dos quais cinco sugeriram que a cafeína possui potencial terapêutico no tratamento da DP em modelo animal; dois indicaram que, in vitro, a cafeína possui potencial terapêutico; três não correlacionaram a cafeína com melhora clínica da DP, em caso de doença já estabelecida em humanos; dois indicaram o consumo da cafeína como fator protetor ao desenvolvimento da DP. Conclusão: A cafeína possui atividade antiparkinsoniana in vitro e in vivo. Entretanto, esse efeito não se reproduz em ensaios clínicos, o que indica ineficácia translacional. Contudo, ainda se faz necessário mais estudos clínicos multicêntricos, com a cafeína isolada, que visem à averiguação da utilidade, ou não, como terapia adjuvante no tratamento da DP.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Meire Meire dos Santos Falcão de Lima, Universidade Federal de Pernambuco

Cursando MBA em Gestão Integrada: Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança pela Universidade Católica de Pernambuco. Nutricionista pela na Universidade Federal de Pernambuco (2021). Possui graduação em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2011), mestrado na área de Biotecnologia pelo Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal da Universidade Federal Rural de Pernambuco (2013) e doutorado em Biologia Aplicada à Saúde pela Universidade Federal de Pernambuco (2018) com a Tese intitulada "Caracterização Microbiológica, Bioquímica e Funcional do Leite de Ovelha Fermentado por grãos de Kefir". Tem experiência na área de microbiologia aplicada e de alimentos; produtos bioativos; bioquímica e biotecnologia de alimentos; análises físico-químicas e microbiológicas de alimentos; desenvolvimento de leite fermentado probiótico, caracterização de microrganismos probióticos e atividades biológicas in vitro. Experiência na docência de Ciências Biológicas e Ciências da Saúde.

Danilo Pontes de Oliveira Barros , Centro Universitário Maurício de Nassau

Farmacêutico Generalista graduado pelo Ensino Superior Bureau Jurídico - Faculdade Maurício de Nassau (2005-2008) e Pós-Graduado em Citologia Clínica pelo Centro de Consultoria Educacional Pós Graduação em Saúde (CCE Cursos) - Universidade Paulista (UNIP/2011) com título de especialista outorgado pela Sociedade Brasileira de Citologia Clínica (SBCC) (2011-2016), atua como Citologista Clínico responsável pelo Controle de Qualidade Interno do Laboratório HEMOLAB diagnósticos (2011 - Atual), Foi Analista Clínico no setor Hematologia do Laboratório de Análises Clínicas do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP (2010-2011), também atua como Docente da disciplina de Citologia Clínica/Citopatologia Clínica, Hematologia Básica e Hematologia Clínica para os cursos de graduação em Farmácia e Biomedicina, Histologia e Patologia Geral para o curso de Graduação em saúde no Centro Universitário Maurício de Nassau - UNINASSAU - (2015 - atual) Farmacologia Básica para o curso de Graduação em Odontologia (2014-2015), docente de Citologia Básica, Citologia Clínica e Hematologia Clínica do Centro Universitário Osman Lins - UNIFACOL (2019 - atual) . Áreas de atuação: Citologia Clínica/Citopatologia, Patologia Geral, Citomorfologia e Hematologia, Análises Clínicas.

Referências

Werner P, Klaus S, Caroline MT, Glenda MHalliday, Patrik B, Jens V, Anette-Eleonore S, Anthony EL. Parkinson disease. [Inter¬net]. Nat Rev Dis Primers. 2017 [cited 2020 Mar 14]; 3;17013. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28332488/.

Organização Mundial da Saúde (OMS). Distúrbios neurológicos: desafios à saúde pública. Genebra: Serviços de Produção de Doc¬umentos da OMS. Genevre: World Health Organization; 2006 [cited 2023 Dec 21]. 232p. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789241563369.

Fereshtehnejad SM, Shafieesabet M, Rahmani A, Delbari A, Lökk J. Medium-to-high prevalence of screening-detected par¬kinsonism in the urban area of Tehran, Iran: data from a com¬munity-based door-to-door study. [Internet]. Neuropsychiatry Dis Treat. 2015 [cited 2020 Mar 14]; 11;321‐332. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4327401/.

Georgiev, D, Hamberg, K, Hariz, M, Forsgren, L, Hariz, G‐M. Gender differences in Parkinson’s disease: A clinical per¬spective. [Internet]. Acta NeurolScand. 2017 [cited 2020 Mar 14]; 136:570-584. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28670681/.

Saavedra MJS, Millán PA, Buriticá HOF. Introducción, epidemi¬ología y diagnóstico de laenfermedad de Parkinson. [Internet]. ActaNeurolColomb. 2019 [cited 2020 Mar 15]; 35;2-10. Available from: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttex-t&pid=S0120-87482019000500002.

Leszek J, Barreto GE, Gąsiorowski K, Koutsouraki E, Ávi¬la-Rodrigues M, Aliev G. Inflammatory Mechanisms and Oxidative Stress as Key Factors Responsible for Progression of Neurodegeneration: Role of Brain Innate Immune System. [Internet]. CNS NeurolDisord Drug Targets. 2016 [cited 2020 Mar 15]; 15(3):329‐336. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26831258/.

Rizek P, Kumar N, Jog, MS. An update on the diagnosis and treat¬ment of Parkinson disease. [Internet]. Cmaj. 2016 [cited 2020 Mar 17]; 188(16):1157-1165. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27221269/.

Castañeda-Garzón AS, Urrego-Duque L.F, Sanchez-Corre¬dor M. C..Variantes moleculares enelgen PARK2 en pacientes colombianos conenfermedad de Parkinson.Estudio piloto entre el 2013 y 2014. [Internet]. Revista Médicas UIS. 2017 [cited 2020 Mar 19]; 30(3):31-38. Available from: https://revistas.uis.edu.co/index.php/revistamedicasuis/article/view/7293.

Magrinelli F, Picelli A, Tocco P, Federico A, Roncari L, Smania N et al. Pathophysiology of motor dysfunction in Parkinson’s dis¬ease as the rationale for drug treatment and rehabilitation. [Inter¬net]. Parkinson’s disease. 2016 [cited 2020 Mar 18]; 2016. Avail¬able from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27366343/.

Kalia LV, Lang AE. Parkinson disease in 2015: Evolving basic, pathological and clinical concepts in PD. [Internet]. Nat RevNeurol. 2016 [cited 2020 Mar 25]; 12(2):65‐66. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26782330/.

Bertolucci PHF, Ferraz HB, Barsottini OGP e Pedroso JL. Neu¬rologia: Doença de Parkinson Diagnóstico e Tratamento. 2. ed. Barueri: Manole; 2016. p. 429-455.

Petrovic M, Stefanova E, Ziropadja L, Stojkovic T, &Kostic. Neu¬ropsychiatric symptoms in Serbian patients with Parkinson’s disease. [Internet]. Journal of the Neurological Sciences. 2016 [cited 2020 Apr 1]; 367:342-346. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27423616/.

Carvalho LOR, Valério DGB, Nóbrega HMG, Dantas ICM, Leite NSB, Sousa MNA. Influência do Café na Doença de Parkinson. [Internet]. Revista Brasileira de Educação e Saúde. 2019 [cited 2020 Apr 1]; 9(2):41-47. Available from: https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/REBES/article/view/6558.

Ascherio A, Schwarzschild MA. The epidemiology of Parkin¬son’s disease: risk factors and prevention. [Internet]. The Lancet Neurology. 2016 [cited 20220 Apr 3]; 15(12):1257-1272. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27751556/.

Armstrong M J. Okun MS. Diagnosis and treatment of Parkin¬son disease: a review. [Internet]. Jama. 2020 [cited 2020 Apr 5]; 323(6):548-560. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32044947/.

Bastide MF, Meissner WG, Picconi, B, Fasano S, Fernagut, PO, Feyder M, et al. Pathophysiology of L-dopa-induced motor and non-motor complications in Parkinson’s disease. [Internet]. Progress in neurobiology. 2015 [cited 2020 Apr 9]; 132:96-168. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26209473/.

Ronald BP, Julius A, Amelie P, Lawrence J, Mariana M, David G, Sarah F, Renato PM, Slike AC, Adriana M, Andrew B, Douglas H, Anthony EL. Caffeine as symptomatic treatement for Parkin¬son disease (Coffe-PD): A randomized trial. [Internet]. Neurol¬ogy. 2017 [cited 2020 Apr 15]; 87(17):1795-1803. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28954882/.

Schepici G, Silvestro S, Bramanti P, Mazzon E. Caffeine: An Over¬view of Its Beneficial Effects in Experimental Models and Clinical Trials of Parkinson’s Disease. [Internet]. International Journal of Molecular Sciences. 2020 [cited 2020 Apr 20]; 21(13):4766. Availa¬ble from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32635541/.

Soliman AM, Fathalla AM, Moustafa AA. Dose-dependent neu¬roprotective effect of caffeine on a rotenone-induced rat model of parkinsonism: A histological study. [Internet]. Neuroscience letters. 2016 [cited 2020 Mat 3]; 623:63-70. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27132082/.

Hong CT, Chan L, Bai CH. The Effect of caffeine on the risk and progression of Parkinson’s Disease: A meta-analysis. [Internet]. Nutrients. 2020 [cited 2020 May 3]; 12(6):1860. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7353179/.

Khadrawy YA, Salem A M, El-Shamy KA, Ahmed EK, Fadl NN, Hosny EN. Neuroprotective and therapeutic effect of caffeine on the rat model of Parkinson’s disease induced by rotenone. [Inter¬net]. Journal of Dietary Supplements. 2017 [cited 2020 May 7]; 14(5):553-572. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28301304/.

Manalo RVM, Medina PMB. Caffeine reduces deficits in mech¬anosensation and locomotion induced by L-DOPA and protects dopaminergic neurons in a transgenic Caenorhabditis elegans model of Parkinson’s disease. [Internet]. Pharmaceutical Biol¬ogy. 2020 [cited 2020 May 20]; 58(1):721-731. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32715838/.

Oñatibia‐Astibia A, Franco R, Martínez‐Pinilla E. Health ben¬efits of methylxanthines in neurodegenerative diseases. [Inter¬net]. Molecular nutrition & food research. 2017 [cited 2020 May 27]; 61(6):1600670. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28074613/.

Yanan L, Xiangpeng R, Wu Z, Zhenhai Z, Yingzi G, Zhidong H, WEI G, Xingjun C, Fei L, Jiang-Fan C. Chronic caffeine treat¬ment protects against α-synucleinopathy by reestablishing autophagy activity in the mouse striatum. [Internet]. Frontiers in neuroscience. 2018 [cited 2020 Jun 1]; 12:301. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29770111/.

KardanI J, Roy I. Understanding caffeine’s role in attenuating the toxicity of α-synuclein aggregates: Implications for risk of Par¬kinson’s disease. [Internet]. ACS chemical neuroscience. 2015 [cited 2020 Jun 12]; 6(9):1613-1625. Available from: https://pub-med.ncbi.nlm.nih.gov/26167732/.

Kolahdouzan M, Hamadeh MJ. The neuroprotective effects of caffeine in neurodegenerative diseases. [Internet]. CNS neuro¬science & therapeutics. 2017 [cited 2020 Jun 15]; 23(4):272-290. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28317317/.

Vega A, León JA, Reyes SM, Miranda SY. Componentes Bio¬activos de Diferentes Marcas de Café Comerciales de Panamá. Relación entre Ácidos Clorogénicos y Cafeína. [Internet]. Inf. tecnol. La Serena. 2018 [cited 2020 Jun 19]; 29(4):43-54. Avail¬able from: https://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttex¬t&pid=S0718-07642018000400043.

Hu GL, Wang X, Zhang L, Qiu MH. The sources and mecha¬nisms of bioactive ingredients in coffee. [Internet]. Food & Func¬tion. 2020 [cited 2020 Jun 23]; 10(6):3113-3126. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31166336/.

Fuchs T, Loureiro MDP, Macedo LE, Nocca D, Nedelcu M, Costa-Casagrande TA. Animal models in metabolic syndrome. [Internet]. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. 2018 [cited 2020 Jun 29]; 45(5). Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30379216/.

Downloads

Publicado

29.02.2024

Como Citar

1.
Rodrigues do Nascimento Freitas S, Meire dos Santos Falcão de Lima M, Pontes de Oliveira Barros D. Atividade profilática da cafeína no controle da doença de Parkinson. RBPS [Internet]. 29º de fevereiro de 2024 [citado 26º de dezembro de 2024];25(4):59-67. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/40561

Edição

v. 25 n. 4 (2023)

Seção

Artigos de Revisão

Licença

Copyright (c) 2023 Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde/Brazilian Journal of Health Research

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

A Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde (RBPS) adota a licença CC-BY-NC 4.0, o que significa que os autores mantêm os direitos autorais de seus trabalhos submetidos à revista. Os autores são responsáveis por declarar que sua contribuição é um manuscrito original, que não foi publicado anteriormente e que não está em processo de submissão em outra revista científica simultaneamente. Ao submeter o manuscrito, os autores concedem à RBPS o direito exclusivo de primeira publicação, que passará por revisão por pares.

Os autores têm autorização para firmar contratos adicionais para distribuição não exclusiva da versão publicada pela RBPS (por exemplo, em repositórios institucionais ou como capítulo de livro), desde que seja feito o devido reconhecimento de autoria e de publicação inicial pela RBPS. Além disso, os autores são incentivados a disponibilizar seu trabalho online (por exemplo, em repositórios institucionais ou em suas páginas pessoais) após a publicação inicial na revista, com a devida citação de autoria e da publicação original pela RBPS.

Assim, de acordo com a licença CC-BY-NC 4.0, os leitores têm o direito de:

  • Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato;
  • Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.

O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença. De acordo com os termos seguintes:

  • Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
  • Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
  • Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.