Símbolos fálicos, fertilidade e fruição da vida em Roma: novas abordagens a partir da cultura material de Pompeia

Autores

  • Renata Senna Garraffoni
  • Pérola de Paula Sanfelice

DOI:

https://doi.org/10.17648/rom.v0i9.18478

Palavras-chave:

Pompeia, Símbolos fálicos, Estudos de gênero

Resumo

O objetivo central desse artigo é discutir os impactos dos estudos de gênero na Arqueologia Clássica, em especial nos estudos sobre o início do Principado romano. Para tanto, partiremos das discussões teóricas e suas particularidades no Brasil para, em seguida, analisar uma série de lamparinas e outros objetos de Pompeia com símbolos fálicos que nos remetem a contextos apotropaicos, com o intuito de oferecer uma interpretação distinta daquelas dadas outrora, que enquadravam estes objetos numa concepção de pornografia ou de pertença a uma cultura falocêntrica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADKINS, L.; ADKINS, R. Dictionary of Roman religion. Oxford: Oxford Press, 1996.

ANDAMS, J. The Latin sexual vocabulary. London: Gerald Duckworth, 1982.

BASTOS, M. T. Arqueologia da luz: agência da cultura material e a cerâmica. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, n. 23, p. 35-48, 2013.

CANTARELLA, E. Pompei: i volti dell’amore. Milão: Mondadori, 1999.

CAVICCHIOLI, M. R. As representações na iconografia pompeiana. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Campinas, Campinas, 2004.

________. A Sexualidade no olhar: um estudo da iconografia pompeiana. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Campinas, Campinas, 2009.

________. O falo na Antiguidade e na modernidade: uma leitura foucaultiana. In: M. RAGO, M.; FUNARI, P. P. A. (Org.). Subjetividades antigas e modernas. São Paulo: Annablume, 2008, p. 237-249.

CLARKE, J. Looking at laughter: humor, power and trangression in Roman visual culture, 100 B.C.-A.D. 250. Los Angeles: University of California Press, 2007.

______. Roman sex: 100 B.C. to A.D. 250. New York: Harry N. Abrams, 2003.

CULLEN, T. Contributions to feminism in Archeology. American Journal of Archaeology, v. 100, n. 2, p. 409-414, 1996.

FEITOSA, L. C. Amor e sexualidade: o masculino e o feminino em grafites de Pompéia. São Paulo: Annablume, 2005.

FINLEY, M. I. Aspectos da Antiguidade. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

FUNARI, P. P. A.; FEITOSA, L. C.; SILVA, G. J. (Org.). Amor, desejo e poder na Antiguidade: relações de gênero e representações do feminino. Campinas: Editora Unicamp, 2003.

FUNARI, P. P. A. A vida cotidiana na Roma antiga. São Paulo: Annablume, 2003.

______. Falos e relações sexuais: representações romanas para além da natureza. In: FUNARI, P. P. A.; FEITOSA, L. C.; SILVA, G. J. (Org.). Amor, desejo e poder na Antiguidade: relações de gênero e representações do feminino. Campinas: Ed. Unicamp, 2003a, p. 317-325.

______. A hermenêutica das Ciências Humanas. Revista da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica, v. 10, p. 3-9, 1995a.

______. Romanas por elas mesmas. Cadernos Pagu, n. 5, p. 179-200, 1995b.

______. Apotropaic simbolism at Pompeii: a reading of the graffiti evidence. Revista de História, n. 132, p. 9-17, 1995c.

______. As inscrições populares pompeianas e seu caráter apotropaico. Comunicação apresentada, originalmente, no Grupo de Trabalho ‘Os sentidos do Apotropaico’, no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. 1994.

______. Graphic caricature and the ethos of ordinary people at Pompeii. Journal of European Archaeology, v. 2, p. 131-148, 1993.

______. Caricatura gráfica e o ethos popular em Pompeia. Classica, supl. 1, p. 117-138, 1992.

______. A vida popular na Antiguidade Clássica. São Paulo: Contexto, 1989.

______. Cultura(s) dominante(s) e cultura(s) subalterna(s) em Pompéia: da vertical da cidade ao horizonte do possível. Revista Brasileira de História, v. 13, n. 7, p. 33-48, 1986.

GARRAFFONI, R. S.; SANFELICE, P. P. (Org.). Homoerotismo nas paredes de Pompeia. In: ESTEVES, A. M.; AZEVEDO, T. K.; FROHWEIN F. (Org.). Homoerotismo na Antiguidade Clássica. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2014, p. 219-248.

GARRAFFONI, R. S.; LAURENCE, R. Writing in public space from child to adult: the meaning of ‘graffiti’. In: SEARS, G.; KEEGAN, P.; LAURENCE, R. (Ed.). Written space in the Latin West, 200 B.C. to A.D. 300. Londres: Bloomsbury, 2013, p. 123-134.

GARRAFFONI, R. S. Felicitas romana: felicidade antiga, percepções modernas. História - Questões & Debates, n. 46, p. 13-29, 2007.

GILCHRIST, R. Gender and Archaeology: contesting the past. London: Routledge, 1999.

GRILLO, J. J. C.; FUNARI, P. P. A. Arqueologia Clássica: o quotidiano de gregos e romanos. Curitiba: Prismas, 2015.

JOHNS, C. Sex or symbol: erotic images of Greece and Rome. Austin: University of Texas Press. 1990.

KEULS, E. C. Il regno della fallocrazia: La politica sessuale ad Atene. Milano: Mondadori, 1988.

LING, R. The insula of Menander at Pompeii: interim report. The Antiquaries Journal v. 63, p. 34-57, 1983.

LYONS, C.; KOLOSKI-OSTROW, A. O. Naked truths. London; New York: Routledge, 2004.

MARQUETTI, F. R.; FUNARI, P. P. A. Reflexões sobre o falo e o chifre: por uma arqueologia do masculino no Paleolítico. Dimensões, v. 26, p. 357-371, 2011.

OLIVA NETO, J. A. Falo no jardim: priapéia grega, priapéia latina. São Paulo: Ateliê, 2006.

QUIGNARD, P. El sexo y el espanto. Buenos Aires: El Cuenco de Plata, 2005.

RABINOWITZ, N. S. Introduction. In: RABINOWITZ, N. S.; RICHLIN, A. (Ed.). Feminist theory and the Classics. London: Routledge, 1993, p. 1-22.

REGIS, M. F. Mulheres nos sympósia: representações femininas nas cenas de banquete nos vasos áticos (séculos VI ao IV a.C.). Dissertação (Mestrado em Arqueologia) - Programa de Pós-Graduação em Arqueologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

RICHLIN, A. The garden of Priapus: sexuality and aggression in Roman humor. New Haven: Yale University Press, 1983.

ROBERT, J. N. Eros romano: sexo y moral en la Roma antigua. Madrid: Complutense. 1999.

SANFELICE, P. P. Sob as cinzas do vulcão: representações da religiosidade e da sexualidade na cultura material de Pompeia durante o Império Romano. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná. Curitiba. 2016.

SKINNER, M. Woman and language, in Archaic Greece, or why is Sappho a Woman? In: RABINOWITZ, N. S.; RICHLIN, A. (Ed.). Feminist theory and the Classics. London: Routledge, 1993, p. 125-144.

SQUIRE, M. The art of the body: antiquity and its legacy. New York: Oxford University Press, 2011.

UCKO, P. Archaeological interpretation in a world context. In: UCKO, P. (Ed.). Theory in Archaeology: a world perspective. London: Routledge, 1995, p. 1-27.

VARONE, A. Erotica pompeiana: love inscriptions on the walls of Pompeii. Roma: L’Erma di Bretschneider, 2002.

VOSS, B. Sexual effects: postcolonial and queer perspectives on Archaeology of sexuality and empire. In: VOSS, B.; CASELLA, E. C. (Ed.). The Archaeology of colonialism: intimate encounters and sexual effects. New York: Cambridge University Press, 2012.

______. Feminisms, queer theories, and Archaeological study of past sexualities. World Archaeology, v. 32, p. 180-192, 2000.

WEISMANTEL, M. Obstinate things. In: VOSS, B.; CASELLA, E. C. (Ed.). The Archaeology of colonialism: intimate encounters and sexual effects. New York: Cambridge University Press, 2012, p. 303-320.

Downloads

Publicado

30-06-2017

Como Citar

GARRAFFONI, Renata Senna; SANFELICE, Pérola de Paula. Símbolos fálicos, fertilidade e fruição da vida em Roma: novas abordagens a partir da cultura material de Pompeia. Romanitas - Revista de Estudos Grecolatinos, [S. l.], n. 9, p. 26–50, 2017. DOI: 10.17648/rom.v0i9.18478. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/18478. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Magia, adivinhação e ritos apotropaicos na Antiguidade