O vinho na medicina tradicional romana
entre o sagrado e o empírico
DOI:
https://doi.org/10.29327/2345891.24.1-7Palavras-chave:
Vinho, Medicina romana, Práticas de cura, Rituais mágico-religiosos, Meditrina, CatãoResumo
Este estudo explora o papel crucial que o vinho desempenhou na medicina tradicional romana. O vinho não era apenas um alimento, mas também um componente terapêutico utilizado nas práticas de cura e na prevenção de doenças. Seu uso foi evidenciado desde a época arcaica, no que poderíamos denominar de medicina primitiva e que, posteriormente, se configurou como uma medicina tradicional baseada em ingredientes provenientes dos bosques e campos, frequentemente associados a libações e rituais mágico-religiosos. Desse modo, esse estudo explora a intersecção entre vinho, magia, religião e práticas de cura na Roma Antiga, onde a figura da deusa Meditrina simboliza essa conexão, representando a cura, a longevidade e o próprio vinho. A obra de Catão também oferece insights sobre a medicina tradicional romana, enquanto reflete resistência à influência grega e um apelo à preservação dos valores romanos tradicionais. Assim, o vinho é destacado como uma substância sagrada e terapêutica fundamental na prevenção e cura de doenças, além de estabelecer uma ligação entre a prática da medicina e da agricultura.
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