“Vingai-vos hoje sem fraquejar”
morte e política na 'História da Guerra do Peloponeso', de Tucídides
DOI:
https://doi.org/10.29327/2345891.21.21-3Palabras clave:
Tucídides, Guerra do Peloponeso, NecropolíticaResumen
O artigo investiga a maneira como Tucídides, na História da Guerra do Peloponeso, tratou questões relacionadas a políticas de morte levadas a cabo pelos atenienses, com destaque especial à narrativa sobre o conflito bélico entre as póleis de Atenas e Mitilene, ocorrido entre 428 e 427 AEC (Thuc., III, 1-19; 25-50). Demonstro como o desrespeito às normas que configuravam o “código de conduta” helênico no campo de batalha dava base ao que chamo aqui de necropolítica, destacando especialmente o assassinato de prisioneiros rendidos. Mais que isso, as próprias discussões na Assembleia ateniense quanto ao tema serviam para justificar esse tipo de comportamento, como se vê por meio do relato tucidideano a respeito dos debates entre Cléon e Diódoto acerca da punição adequada aos mitilênios revoltosos e, pois, o valor da pena capital.
Descargas
Citas
Documentação textual
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Tradução de Mário da Gama Kury. Brasília: Editora da UnB, 2001.
TUCÍDIDES. Historia de la Guerra del Peloponeso (Libros III-IV). Traducción y notas de Juan José Torres Esbarranch. Madrid: Gredos, 1991.
Obras de apoio
ANTUNES, L. P. O imperialismo ateniense durante a Guerra do Peloponeso: uma discussão historiográfica. Revista Eletrônica Antiguidade Clássica, v. 7, n. 1, p. 102-120, 2011.
AMBROSIO, R. O tirano: entre a história e a tragédia. Hypnos, n. 21, p. 231-244, 2008.
ASSUMPÇÃO, L. F. B. A Hélade no Período Clássico, entre o imperialismo ateniense e a hegemonia espartana – um estudo conceitual. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS SOBRE O MEDITERRÂNEO ANTIGO, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: UERJ, 2011, p. 167-180.
AZEVEDO, F. C. A ambiguidade no discurso de Cléon sobre Mitilene: entre historiografia e comédia antiga. Nuntius Antiquus, v. 13, n. 1, p. 253-278, 2017.
CANDIDO, M. R. Atenas clássica: imperialismo ou liderança unipolar? Philia, p. 7, 2010.
FINLEY. M. Política no mundo antigo. Lisboa: Edições 70, 1983.
CANFORA, L. El ciudadano. In: VERNANT, J.-P. (ed.). El hombre griego. Madrid: Alianza, 1995, p. 139-173.
FRANCISCO, M. F. S. Um esboço de análise da “patologia da guerra” de Tucídides. Educação e Filosofia, v. 4, n. 7, p. 15-26, 1989.
FRANCO SAN ROMÁN, M. Los ecos pericleanos en el discurso de Cleón (THUC. 3.37-40). Stylos, v. 26, p. 73-85, 2017.
FRANCO SAN ROMÁN, M. La (re)presentación de Diodoto como anti-êthos en la antilogia de Mitilene. In: COLOQUIO INTERNACIONAL CENTRO DE ESTUDIOS HELÉNICOS. Ponencias. La Plata: Universidad Nacional de La Plata, 2018.
GIL FERNÁNDEZ, L. Terror e imperialismo: el caso de Mitilene. Cuadernos de Filología Clásica, n. 17, p. 163-181, 2007.
GRILLO, J. G. C.; FUNARI, P. P. A. A historiografia sobre a guerra na Grécia Antiga: dos “relatos-batalha” à abordagem histórico-cultural. História da Historiografia, n. 5, p. 14-20, 2010.
GUARINELLO, N. L. Imperialismo greco-romano. São Paulo: Ática, 1994.
HERMOSA ANDÚJAR, A. ¿Civilización o barbarie? La peste de Atenas o el retorno de la historia a la naturaleza (Ensayo sobre Tucídides). Bajo Palabra, Revista de Filosofía, v. 2, n. 12, p. 113-126, 2016.
HORNBLOWER, S. The religious dimension to the Peloponnesian War, or, what Thucydides does not tell us. Harvard Studies in Classical Philology, v. 94, p. 169-197, 1992.
JAEGER, W. Paideia: a formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
KAGAN, D. A Guerra do Peloponeso: novas perspectivas sobre o mais trágico confronto da Grécia Antiga. Rio de Janeiro: Record, 2006.
LANNI, A. The laws of war in the Ancient Greece. Law and History Review, v. 26, n. 3, p. 469-489, 2008.
LEDESMA PASCAL, A. Realidad histórica y metáfora política em Tucídides: la descripción de la “peste” en “La Guerra del Peloponeso”. 2011. Tesis (Doctorado en Filología) – Faculdad de Filología, Universidad Complutense de Madrid, Madrid, 2011.
MARINCOLA, J. Authority and tradition in ancient historiography. Cambridge; New York: Cambridge University Press, 1997.
MBEMBE, A. Necropolítica. Arte & Ensaios, n. 32, 2016.
MITTELSTADT, M. C. The plague in Thucydides: an extended metaphor? Rivista di Studi Classici, v. 16, p. 45-154, 1968.
MITTELSTADT, M. C. The Thucydidean tragic view: the moral implications. Ramus, v. 14, p. 59-73, 1985.
MOERBECK, G. G. O pensamento de Eurípides e a política durante a Guerra do Peloponeso. 2013. Tese (Doutorado em História Social) – Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2013.
MOSSÉ, C. Atenas: a história de uma democracia. Brasília: Editora da UnB, 1979.
MOSSÉ, C. As instituições gregas. Lisboa: Edições 70, 1985.
MOSSÉ, C. Péricles: o inventor da democracia. São Paulo: Estação Liberdade, 2008.
PARKER, R. The problem of the Greek cult of epithet. Opuscula Atheniensia, v. 28, p. 173-183, 2003.
PLÁCIDO, D. De Heródoto a Tucídides. Gerión, n. 4, p. 17-46, 1986.
PLÁCIDO, D. Tucídides, sobre la tiranía. Gerión, n. 2, p. 155-164, 1989.
ROMILLY, J. História e razão em Tucídides. Brasília: Editora da UnB, 1998.
SEBASTIANI, B. B. Fracasso e verdade na recepção de Políbio e Tucídides. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra; São Paulo: Annablume, 2017.
SIERRA MARTÍN, C. La resolución de conflictos durante la Guerra del Peloponeso: el Epiro meridional y Mitilene. Pyrenae, n. 43, p. 49-62, 2012.
SOARES, C. Diálogo nas Histórias de Heródoto entre teoria e praxis política: tirania e democracia: contrastes e semelhanças. Phoînix, v. 20, n. 1, p. 25-39, 2014.
SOARES, M. T. M. História e ficção em Paul Ricoeur e Tucídides. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2016.
VERNANT, J.-P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
VERNANT, J.-P.; VIDAL-NAQUET, P. Mito e tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, 2002.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Caio César Machado Gomes
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
a. Los autores conservan los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho de publicar primero.
c. Los autores están autorizados a asumir contratos adicionales por separado, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicación en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
c. Se permite y se estimula a los autores a publicar y distribuir su trabajo online (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) después de la primera publicación de la revista, con los debidos créditos. Atribución-No Comercial-No Derivadas
d. Los textos de la revista tienen licencia bajo CC BY 4.0 Deed Atribución 4.0 Internacional (CC BY).