Avaliação de técnicas de refino de óleo reciclado para a produção biodiesel

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/bjpe.v7i2.35513

Palavras-chave:

Biodiesel; Óleo reciclado; refino; inovação;

Resumo

O óleo reciclado é uma opção de matéria-prima para a produção de biodiesel. Ele apresenta vantagens ambiental e econômica, mas há desvantagens na produção de biodiesel, como a presença de resíduos das reações de oxidação que ocorrem durante as frituras. O óleo reciclado chega ao produtor de biodiesel com estas impurezas e acidez acima do padrão desejado. Desta forma, necessita de tratamentos adicionais, como a neutralização química. Este processo é muito utilizado por indústrias oleaginosas e produtores de biodiesel, mas apresenta desvantagens quando o objetivo é tratar óleos com acidez elevada. Tratamentos ambientalmente corretos e inovadores para os óleos, tem sido alvo de pesquisas recentes visando menores impactos à matéria-prima e formação de resíduos (ou formação de coprodutos de maior valor agregado). Este estudo teve como objetivo apresentar o refino físico como um processo substituto de tratamento aos óleos reciclados no processo de produção de biodiesel, realizando uma avaliação comparativa como o refino químico, através de determinações de rendimento e de parâmetros físico-químicos. Os resultados obtidos demonstraram que o tratamento de refino físico acarretou uma redução de 32,59% de índice de acidez, enquanto que o químico foi de 92,11%, ambos em relação ao índice de acidez do óleo inicial. Em contrapartida, o comparativo de rendimento entre as duas técnicas, demonstrou que o físico apresentou um aumento de 51,09% em relação ao químico, sem causar formação de borra e resíduos. Por meio do refino físico houve a formação de ácidos graxos livres que podem ter várias aplicações industriais na química fina ao contrário do químico.

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Biografia do Autor

Carmem Cícera Maria da Silva, Universidade Federal do Espírito Santo, UFES, Brasil

Graduada em Bacharelado Em Química Com Atribuições Tecnológica pela Universidade Federal do Piauí (2003), mestrado em Química pela Universidade Federal do Piauí (2006), doutorado em Ciência e Tecnologia Ambiental pela Universidade Federal da Grande Dourados (2019) e estágio de pós doutoramento em andamento na UFES (2020) Tenho experiência na área de Química, com ênfase em Química Orgância (Pesquisas da Graduação, Mestrado e parte do doutorado) e Físico-Química (parte do mestrado e doutorado), atuando principalmente nos seguintes temas: biodiesel, Cenostigma macrophyllum, segurança, meio ambiente e saúde, ferramentas da qualidade, inspetor da qualidade e enfrentamento a Covid 19. Atuei no período de 2005 a 2015 no gerenciamento de processos industrias como Biodiesel, Refino de Óleos, Curtumes e Mineração.

Gustavo Graciano Fonseca, Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais.

Possui graduação e mestrado em Engenharia de Alimentos (FURG, 2000 e UFSC, 2003, respectivamente) e doutorado em Biotecnologia (USP, 2007). Realizou estágio de doutoramento e pós-doutorado na Universidade de Saarland (Alemanha), onde trabalhou com Análise de Fluxos Metabólicos em leveduras, com os professores Christoph Wittmann e Elmar Heinzle. Entre 2013 e 2014 realizou pós-doutorado no Instituto Tecnológico Federal de Zurique (Suíça), onde estudou mecanismos de regulação alostérica por meio de Dinâmica Metabólica Quantitativa em bactérias, com o professor Uwe Sauer. É professor na UFGD, atuando principalmente nos seguintes áreas: engenharia bioquímica, engenharia metabólica, engenharia de bioprocessos e biotecnologia, com os seguintes temas: fisiologia microbiana, análise de fluxos metábolicos com carbono marcado, biomassa, bioetanol, biodiesel, biopolímeros, microalgas, pescado e resíduos. Orienta nos Programas de Doutorado em Biotecnologia e Biodiversidade, Mestrado e Doutorado em Ciência e Tecnologia Ambiental e Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFGD.

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Publicado

24.06.2021

Como Citar

Silva, C. C. M. da, & Fonseca, G. G. (2021). Avaliação de técnicas de refino de óleo reciclado para a produção biodiesel. Brazilian Journal of Production Engineering, 7(2), 169–176. https://doi.org/10.47456/bjpe.v7i2.35513

Edição

Seção

ENGENHARIA AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE