O testemunho no texto ficcional de António Lobo Antunes e Isabela Figueiredo
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v1i43.38309Palavras-chave:
Testemunho. Violência. Trauma. Guerra colonial.Resumo
Após a revolução de 25 de Abril de 1974, a ficção portuguesa dedica-se a uma revisão da história recente do país, abordando o passado para expor os absurdos de um regime político já bastante antiquado. A necessidade de dizer aparece, muitas vezes, diante de uma experiência limite, como a guerra colonial em território africano de domínio português (1961-1974), distante para muitos de nós, mas que impõe o silenciamento para aqueles que a viveram. Buscando dar voz a esse período de violência, autores como António Lobo Antunes, em Os cus de Judas (1979), e Isabela Figueiredo, em Caderno de memórias coloniais (2009), criam personagens testemunhas da guerra colonial para apresentar a nós, leitores, a partir dessa modalidade da memória, um período da história de Portugal que se passa fora do país e capaz de originar muitos traumas para aqueles que o vivenciaram. Pretende-se estender o debate acerca da literatura e testemunho a partir das discussões de autores como Jeanne Marie Gagnebin, Paul Ricoeur, Margarida Calafate Ribeiro e outros.
Referências
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