Editorial
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v1i43.40911Palavras-chave:
Literatura e memóriaResumo
Há uma relação atávica entre literatura e memória. Sujeita à sua dupla e inerente injunção – o lembrar e o esquecer –, a memória encontra amparo na literatura, desde remotos tempos. Ao fixar imagens do passado, salvando-as da completa dispersão, a literatura galvaniza os resíduos da memória, entregues ao fluxo natural e intermitente da dissolução, acolhendo esses resíduos e constituindo-se assim como um valioso acervo daquilo que de outro modo se extinguiria. Semelhante ao próprio ato de rememoração, a literatura, com sua inclinação arquivística, se empenha na luta contra a finitude (seu ingente esforço em face da ameaça de aniquilamento), convertida num verdadeiro confronto com a “lei do esquecimento”. Do ponto de vista político e ideológico, a importância de não esquecer os horrores do passado, como, por exemplo, o Holocausto e as ditaduras, se tornou um imperativo ético inquestionável no combate à persistência de ideias tendencialmente neonazistas, fascistas, autoritárias, racistas, xenófobas, etc., que grassam ainda hoje, no Brasil e em outros países do mundo, como Hungria, Itália e Suécia.
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