FORMAS DE EXPRESSÃO DA ESCALARIDADE EM PORTUGUÊS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v14i28.31297

Palavras-chave:

Escalaridade., Partículas escalares., Gramática Discursivo-Funcional.

Resumo

Este artigo aborda o fenômeno da escalaridade em português. A partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008), objetiva-se descrever o uso expansivo de até e ainda de modo a precisar em que medida esses itens instauram escalas de natureza mais discursivo-pragmática. Com base em Schwenter (1999; 2000; 2002) e Schwenter e Traugott (2000), os resultados revelam (i) uma correlação entre a expressão de escalaridade e o duplo escopo de até e ainda no Nível Interpessoal, e (ii) uma distinção funcional entre os dois itens – enquanto até funciona como partícula escalar absoluta, ainda se comporta como partícula escalar relativa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Michel Gustavo Fontes, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Doutor e mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual Paulista (UNESP); graduado em Letras - Português/Espanhol pela mesma instituição. É professor na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), câmpus de Três Lagoas.

Fábio de Lima Moreira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS); graduado em Letras - Português/Inglês pela mesma instituição.

Referências

BAIÃO, R. B.; ARRUDA, J. Gramaticalização de até. In: MARTELOTTA, M. E.; VOTRE, S. J.; CEZARIO, M. M. Gramaticalização no português do Brasil: uma abordagem funcional. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/UFRJ, 1996.

BAKKER, E. J. Linguistics and formulas in Homer: scalarity and the description of the particle per. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 1988.

DAVIES, Mark; FERREIRA, Michael. Corpus do Português: 45 millionwords, 1300s-1900s. 2006. Available online at http://www.corpusdoportugues.org.

FAUCONNIER, G. Pragmatic scales and logical structure. Linguistic Inquiry, v. 4, p. 353–75, 1975.

FONTES, M. G. A distinção léxico-gramática na Gramática Discursivo-Funcional: uma proposta de implementação. 2016. 236 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) – Universidade Estadual Paulista (UNESP). São José do Rio Preto, 2016.

GAZDAR, G. Pragmatics: Implicature, Presupposition, and Logical Form. New York: Academic Press, 1979.

GRICE, H. P. Lógica e conversação. In: DASCAL, M. (org.) Fundamentos metodológicos da linguística. v. 4: Pragmática. Trad. Por João W. Geraldo. Sã Paulo: Global, 1982.

HANNAY, M.; MARTÍNEZ CARO, E.; MACKENZIE, J. L. Besides as a connective. In: GÓMEZ GONZÁLEZ, M.A.; RUIZ DE MENDOZA-IBÁÑEZ, F.; GONZÁLVEZ GARCÍA, F.; DOWNING, A. (eds.). The Functional Perspective on Language and Discourse: Applications and Implications. Amsterdam; Philadelphia: John Benjamins, 2014. p. 223-242.

HENGEVELD, K. A hierarchical approach to grammaticalization. In.: HENGEVELD, K., NARROG, H., OLBERTZ, H. (Eds.). The Grammaticalization of Tense, Aspect, Modality, and Evidentiality from a Functional Perspective. Berlin: Mouton de Gruyter, 2017. p. 13-38.

HENGEVELD, K.; MACKENZIE, J. L. Functional Discourse Grammar: a typologically-based theory of language structure. Oxford: Oxford University Press, 2008.

HORN, L.R. On the Semantic Properties of Logical Operators in English. Indiana University Linguistics Club, 1972.

KÖNIG, E. The Meaning of Focus Particles. London: Routledge, 1991.

LENKER, U. Argument and Rhetoric Adverbial Connectors in the History of English. Berlin/New York: Walter de Gruyter, 2010.

PEZATTI, E. G. A ordem das palavras no português. São Paulo: Parábola Editorial, 2014.

SCHWENTER, S. A. Pragmatics of Conditional Marking: Implicature, Scalarity, and Exclusivity. New York: Garland, 1999.

______. Lo relativo y lo absoluto de las partículas escalares incluso y hasta. Oralia, n. 3, 2000, p. 169-197.

______. Additive particles and scalar endpoint marking. Belgian Journal of Linguistics, v. 16, p. 119-134, 2002.

SCHWENTER, S.; TRAUGOTT, E. Invoking scalarity: the development of in fact. Journal of Historical Pragmatics, v. 1, n. 1, p. 7–25, 2000.

TRAVAGLIA, L. C. O relevo no processamento da informação. In: JUBRAN, C. C. S.; KOCH, I. G. V. (Orgs.). Gramática do português culto falado no Brasil: construção do texto falado. v. 1. Campinas: Editora da UNICAMP, 2006. p. 167-215.

Arquivos adicionais

Publicado

14-10-2020