O discurso digital nativo e a noção de textualidade
novos desafios para a Linguística Textual
DOI:
https://doi.org/10.47456/cl.v15i31.35655Palavras-chave:
Textualidade, Gênero nativo digital, Hipertexto, Escrileitor, Fazer TextoResumo
Este trabalho, centrado fundamentalmente na Análise dos Discursos Digitais (MAYEUR; PAVEAU, 2020; PAVEAU, 2021), objetiva mostrar de que forma a noção de textualidade, tradicionalmente descrita nos estudos de Linguística Textual, deve ser complexificada, quando analisamos discursos em circulação nas mídias digitais. Assim, de forma a atingir o objetivo proposto, duas categorias analíticas desses discursos serão estudadas: a deslinearização e a ampliação enunciativa. Na verdade, nestes a textualidade é construída pelo próprio escrileitor que combina, de forma dinâmica e simultânea, tanto o ato de escrita quanto o de leitura. Tal atitude enunciativa na gestão dos hiperlinks e também a natureza deslinearizada do seu gesto enunciativo propiciarão inúmeras possibilidades de construção de unidades textuais/discursivas. De forma ilustrativa, serão analisadas duas postagens: um hipertexto da revista Superinteressante e um tuíte do epidemiologista Paulo Lotufo (com os comentários). Os resultados qualitativos obtidos atestam que o leitor-usuário, nos gêneros nativos digitais, são aqueles que “fazem o texto”, seja pela deslinearização ou pela ampliação enunciativa, sendo que esses processos são co-construídos simultaneamente por linguagem multissemiótica e pela tecnologia. Tais características desses discursos digitais impõem assim uma atualização do conceito tradicional de textualidade.
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