Perífrases modais em aulas e em entrevistas orais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rctl.v18i39.43518

Palavras-chave:

Modo, Modalidade, Perífrases modais

Resumo

Na tradição gramatical do português brasileiro, o termo modo rotula a categoria responsável por expressar o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Para os linguistas, a expressão do modo não se dá apenas morfologicamente pelas desinências modo-temporais, mas também por outros recursos. Considerando que o modo também pode ser expresso por verbos auxiliares, o objetivo deste trabalho é descrever as perífrases modais e seus usos em um corpus de língua falada formado por oito aulas de curso superior e de curso pré-vestibular e por dez entrevistas orais com pesquisadores. A partir da tabulação dos dados, verificou-se que as perífrases modais mais frequentes são as de modalidade deôntica, tanto nas aulas quanto nas entrevistas do corpus investigado neste trabalho. Os usos mais frequentes das perífrases modais deônticas nas aulas estão relacionados à menção a obrigações da vida acadêmica, como entregar trabalhos, dar aulas, corrigir provas, enviar artigos, resolver exercícios, dedicar tempo para os estudos. As perífrases de modalidade epistêmica são as que apresentam a segunda frequência de ocorrência mais alta tanto nas aulas como nas entrevistas. Alguns dos usos das perífrases modais epistêmicas são a expressão de eventos em potencial, a expressão da modalidade irrealis, a expressão de suposições e de conjecturas, a expressão de sugestões de melhorias que poderiam ser implementadas em diversos setores da sociedade a partir dos resultados que encontraram em suas pesquisas. Nas aulas, as perífrases de modalidade dinâmica foram utilizadas pelos professores para verificar as condições da aula, para expressar a capacidade do participante sujeito da oração, geralmente um participante de terceira pessoa ou genérico. Nas entrevistas, o uso mais frequente da modalidade dinâmica está relacionado ao uso de verbos que expressam conclusões a que os pesquisadores chegaram a partir da detecção, da percepção ou da observação.

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Biografia do Autor

Juliano Desiderato Antonio, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Doutor em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Professor do Departamento de Teorias Literárias e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Marcelo Módolo, Universidade de São Paulo (USP)

Doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade São Paulo (USP). Professor do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

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Publicado

23-08-2024