Construções com o verbo “chegar”
usos e possíveis interrelações sob a perspectiva construcional
DOI:
https://doi.org/10.47456/rctl.v18i40.45239Palavras-chave:
Chegar, Construções, Resultatividade, Ênfase, FuncionalismoResumo
No seu uso mais prototípico, o “chegar” caracteriza-se, semanticamente, por expressar deslocamento físico e, sintaticamente, como monoargumental acompanhado de sintagma adverbial, a exemplo de: Madonna chega ao Brasil para show histórico no Rio de Janeiro (Correio Braziliense, 29/04/2024). Contudo, nas interações cotidianas, podem ser observadas instanciações diferentes: ele é tão lindo que chega a doer (Rede X, 10/04/2024). Tendo isso em vista, este estudo investiga usos de construções com o verbo “chegar” associado a outro verbo e busca tecer possíveis interrelações. Para tanto, são adotados os pressupostos teóricos da Linguística Funcional Centrada no Uso. A gramática da língua é concebida como um sistema adaptativo complexo emergente das práticas discursivas (Hopper, 1987), sendo a construção, como pareamento de forma e sentido, tomada como sua unidade básica (Croft, 2001; Goldberg, 2006; Hilpert, 2014; Traugott e Trousdale, 2021[2016]). O corpus da pesquisa é composto por 131 construtos coletados da rede social X (Twitter) e do Projeto Norma Urbana Culta - NURC/Recife. A análise das ocorrências observou a atuação de fatores semântico-cognitivos e pragmáticos na arquitetura das construções. Os resultados apontam para possíveis interrelações entre as construções com “chegar” motivadas pela proximidade conceptual das categorias deslocamento, resultatividade e ênfase.
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