Perífrases modais em aulas e em entrevistas orais
DOI:
https://doi.org/10.47456/rctl.v18i39.43518Palabras clave:
Modo, Modalidade, Perífrases modaisResumen
Na tradição gramatical do português brasileiro, o termo modo rotula a categoria responsável por expressar o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Para os linguistas, a expressão do modo não se dá apenas morfologicamente pelas desinências modo-temporais, mas também por outros recursos. Considerando que o modo também pode ser expresso por verbos auxiliares, o objetivo deste trabalho é descrever as perífrases modais e seus usos em um corpus de língua falada formado por oito aulas de curso superior e de curso pré-vestibular e por dez entrevistas orais com pesquisadores. A partir da tabulação dos dados, verificou-se que as perífrases modais mais frequentes são as de modalidade deôntica, tanto nas aulas quanto nas entrevistas do corpus investigado neste trabalho. Os usos mais frequentes das perífrases modais deônticas nas aulas estão relacionados à menção a obrigações da vida acadêmica, como entregar trabalhos, dar aulas, corrigir provas, enviar artigos, resolver exercícios, dedicar tempo para os estudos. As perífrases de modalidade epistêmica são as que apresentam a segunda frequência de ocorrência mais alta tanto nas aulas como nas entrevistas. Alguns dos usos das perífrases modais epistêmicas são a expressão de eventos em potencial, a expressão da modalidade irrealis, a expressão de suposições e de conjecturas, a expressão de sugestões de melhorias que poderiam ser implementadas em diversos setores da sociedade a partir dos resultados que encontraram em suas pesquisas. Nas aulas, as perífrases de modalidade dinâmica foram utilizadas pelos professores para verificar as condições da aula, para expressar a capacidade do participante sujeito da oração, geralmente um participante de terceira pessoa ou genérico. Nas entrevistas, o uso mais frequente da modalidade dinâmica está relacionado ao uso de verbos que expressam conclusões a que os pesquisadores chegaram a partir da detecção, da percepção ou da observação.
Descargas
Citas
AUSTIN, J. L. How to do Things with words. New York: Oxford University Press, 1965.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. R. de Janeiro: Lucerna, 2002.
CASTILHO, A. T. Nova Gramática do Português Brasileiro. S. Paulo: Contexto, 2010.
CHAFE, W. Linguistic differences produced by differences between speaking and writing. In: OLSON, D. R.; TORRANCE, N.; HILDYARD, A. (Eds). Literacy, Language and Learning: the nature and consequences of reading and writing. Cambridge: Cambridge University Press, 1985. p. 105-123.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2017.
DALL’AGLIO-HATTNHER, M. M. A manifestação da modalidade epistêmica: um exercício de análise dos discursos do ex-presidente Collor. Araraquara, 1995. 111 f. Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 1995.
DALL’AGLIO-HATTNHER, M. M. Campos semânticos modais: a modalidade dinâmica. In: ANTONIO, J. D. (Org.). Estudos Descritivos do Português. História, uso, variação. São Carlos: Claraluz, 2008. p. 133-148.
DALL'AGLIO-HATTNHER, M. M. Entre o poder e o dever: fatores intervenientes na expressão da modalidade nos discursos de posse presidencial. Gragoatá, v. 14, n. 27. p. 155-168, 2009.
HENGEVELD, K. Mood and Modality. In: BOOIJ, G.; LEHMANN, C.; MUGDAN, J. (Eds). Morphology: A handbook on inflection and word formation. Berlin: Mouton de Gruyter, 2004. p. 1190-1202.
ILARI, R.; BASSO, R. M. O verbo. In: ILARI, R.; NEVES, M. H. M. (Orgs.) Gramática do português culto falado no Brasil - volume 2. Campinas: Ed. da Unicamp, 2008, p. 163-365.
KURY, A. G. Novas lições de análise sintática. 7. ed. São Paulo: Ática, 1997.
NARROG, K. On defining modality again. Language Sciences, v. 27, p. 165-192, 2005.
NEVES, M. H. M. Texto e gramática. São Paulo: Contexto, 2006.
NEVES, M. H. M. Gramática de usos do português. São Paulo: Editora Unesp, 2000.
NEVES, M. H. M. A gramática do português revelada em textos. São Paulo: Editora Unesp, 2018.
NUYTS, J. Modality: overview and linguistic issues. In: FRAWLEY, W. (Ed). The Expression of Modality. New York: Mouton de Gruyter, 2006, p. 1-25.
PALMER, F. R. Mood and modality. 2. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.
PRETI, D. Análise de Textos Orais. São Paulo: FFLCH/USP, 1993.
SEARLE, J. R. Expression and meaning. Cambridge: Cambridge University Press, 1979.
TERRA, E. Curso prático de gramática. 7. ed. São Paulo: Scipione, 2017.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Revista (Con)Textos Linguísticos
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Los autores ceden los derechos de autor del artículo a la editorial de la Revista (Con)Textos Linguísticos (Programa de Posgrado en Lingüística de la Ufes), si el envío es aceptado para publicación. La responsabilidad por el contenido de los artículos recae exclusivamente en sus autores. Queda prohibido el envío total o parcial del texto ya publicado en la revista a cualquier otro periódico.
Este trabajo está bajo Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.