(Des)encontros entre línguas de sinais

contato das e nas fronteiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v15i32.35736

Palavras-chave:

Análise de Discurso, Sujeito surdo, Língua de sinais, Espaço de enunciação

Resumo

As fronteiras e os (des)encontros linguísticos entre nações vizinhas não se dão apenas por meio de línguas orais, mas também por meio das línguas de sinais. O presente artigo tem como objetivo apresentar algumas reflexões, a partir do quadro teórico da Análise de Discurso materialista (AD), em confluência com os estudos Semântica da Enunciação, sobre tais (des)encontros nas e das fronteiras, envolvendo o sujeito surdo e as línguas de sinais. Consideramos que as línguas de sinais participam da constituição do espaço de enunciação fronteiriço (STURZA, 2005), assim como do espaço de enunciação nacional (GUIMARÃES, 2006), no caso mais específico de surdos refugiados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Angela Corrêa Ferreira Baalbaki, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutora em Letras pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e mestra em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É Professora Associada do Departamento de Estudos da Linguagem, do Instituto de Letras, da UERJ e do Programa de Pós-Graduação em Letras da mesma universidade.

Referências

ARAÚJO, P. J. P.; BENTES, T. Línguas de sinais de fronteiras: o caso da LSV no Brasil. Humanidades & Inovação, v. 7, p. 125-135, 2020. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/3214/2262. Acesso em 20 abr. 2021.

BAALBAKI, A.; RODRIGUES, I. C. Meio legal de comunicação versus língua oficial: um debate sobre leis. Língua e Instrumentos Linguísticos, v. 27/28, p. 137-150, 2011.

BEHARES, L. E.; FOJO, A. Disposiciones sobre la lengua de señas y la sordera en Uruguay. LSI - Lengua de Señas e Interpretación, n 4, p. 115-151, 2013.

BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, n. 79, p. 23, 25 abril 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2002/L10436.htm. Acesso: 15 dez. 2009.

BRASIL. Resolução Normativa CNIg nº 126 de 02 de março de 2017. Publicada no Diário Oficial da União, em 03 de março de 2017. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/20819083/do1-2017-03-03-resolucao-normativa-n-126-de-2-de-marco-de-2017-20819043. Acesso em: 13 dez. 2020.

BRASIL. Lei nº 13.445, de 24 de maio de 2017. Institui a lei de migração. Disponível em http: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13445.htm. Acesso em 13 dez. 2020.

CARNEIRO, J. D. Família de venezuelanos surdos reconstrói a vida vendendo arepas na zona norte do Rio. BBC Brasil, Rio de Janeiro, 11 de maio de 2018. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44081303. Acesso em: 20 out. 2020.

CRUZ, A. P.; ALEIXO, F. As fronteiras que nos unem: a reconstrução linguístico-identitária de imigrantes surdos venezuelanos residentes em Boa Vista (RR). In: CRUZ, A. P.; ALEIXO, F. Roraima entre línguas: contatos linguísticos no universo da tríplice fronteira do extremo-norte brasileiro. Boa Vista: EDUFRR, 2020. p. 17-47.

DINIZ, L. R. A.; NEVES, A. O. Políticas linguísticas de (in)visibilização de estudantes imigrantes e refugiados no Ensino Básico brasileiro. Revista X, v. 13, n.1, p. 87-110, 2018. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/revistax/article/view/61225. Acesso em: 29 abr. 2020.

FEDATTO, C. P. Um saber nas ruas. O discurso histórico sobre a cidade brasileira. Campinas: Editora da Unicamp, 2013.

FIGUEIRA, M. P. C. Comunidade surda da fronteira, experiência “compartida”. 2016. 103 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2016.

FIGUEIRA, M. P. C.; VAZ, C. P. Surdos na fronteira: identidade e experiência compartilhada. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE ESTUDOS CULTURAIS E EDUCAÇÃO, 2017, Canoas. Anais... Políticas do ressentimento, do medo e da raiva: reverberações na educação, Canoas, 2017.

GUIMARÃES, E. Espaço de enunciação e política de línguas no Brasil. In: OLIVEIRA, S. E.; SANTOS, J. F. (Orgs.). Mosaico de linguagens. Campinas: Pontes/CELLIP, 2006.

KARNOPP, L. B.; VAZ, C. P; FIGUEIRA, M. P. C. As fronteiras entre as línguas e a educação. Espaço, Rio de Janeiro, v. 48, p. 49-53, 2017.

ORLANDI, E. Ética e Política Linguística. Línguas e Instrumentos Linguísticos, Campinas, v. 1, n. 1, p. 7-22, 1998.

ORLANDI, E. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. 4. ed. Campinas, SP: Pontes: Vozes, 2004.

ORLANDI, E. Língua Brasileira e outras histórias: discurso sobre a língua e ensino no Brasil. Campinas: Editora RG, 2009.

ORLANDI, E. Eu, tu, ele: discurso e real da história. Campinas: Pontes, 2017.

OVIEDO, A. Venezuela, atlas sordo. Berlín, 2015. Disponível em: https://cultura-sorda.org/venezuela-atlas-sordo/. Acesso em: 13 out. 2020.

OVIEDO, A. La comunidad Sorda venezolana y su lengua de señas. Mérida, 2004. Disponível em: https://cultura-sorda.org/la-comunidad-sorda-venezolana-y-la-lsv/. Acesso em: 13 out. 2020.

PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas. Editora da Unicamp, 1988.

STURZA, E. R. Línguas de Fronteira: o desconhecido território das práticas linguísticas nas fronteiras brasileiras. Ciência e Cultura, São Paulo, p. 47-50, 2005.

STURZA, E. R. Línguas de fronteiras e políticas de línguas: uma história das ideias linguísticas. 2006. 168 f. Tese (Doutorado em Letras) - Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.

STURZA, E. R. Espaço de enunciação fronteiriço e processos identitários. Pro-Posições, Campinas, v. 21, p. 83-96, 2010.

STURZA, E. R.. Fronteiras, línguas e sujeitos. In: COSTA, E. A.; COSTA, G.V. L.; OLIVEIRA, M. A. M. Fronteiras em foco. 2 ed. Campo Grande: Editora UFMS, 2011. p. 93-107.

VENTURA, L. A. S. Venezuelanos surdos são acolhidos em São Paulo. Estadão, São Paulo, 18 de jul. de 2020. Disponível em: https://brasil.estadao.com.br/blogs/vencer-limites/venezuelanos-surdos-sao-acolhidos-em-sao-paulo/. Acesso em: 20 out. 2020.

ZOPPI-FONTANA, M. G. O português do Brasil como língua transnacional. In: ZOPPI-FONTANA, M. (org.). O português do Brasil como língua transnacional. Campinas: Editora RG, 2009. p. 13-41.

Arquivos adicionais

Publicado

16-12-2021