Recortes do português seabrense

um estudo da variação entre as preposições locativas em ~ ni

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/cl.v16i33.37485

Palavras-chave:

Preposição locativa, Variação, Encaixamento social

Resumo

Com o objetivo de descrevermos os padrões de uso das preposições locativas em e ni no português falado de Seabra, município do estado da Bahia, em uma amostra constituída de 12 (doze) entrevistas sociolinguísticas, estratificada conforme o sexo, a faixa etária e a escolaridade dos falantes, fundamentamos este estudo na Teoria da Variação e Mudança Linguísticas (WEIREINCH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]; LABOV, 2008 [1972]). Para tal, partimos do ponto de que a variante ni está presente na fala da comunidade em estudo, assim como em outras variedades de fala do português brasileiro. Após tabularmos os dados, submetemo-los a uma linguagem de programação estatística denominada R (R CORE TEAM, 2020), identificando 213 ocorrências em contextos que permitem a variação da preposição, examinadas quantitativamente quanto ao efeito exercido pelos preditores sociais sobre elas. No que diz respeito às análises propostas, constatamos, de um lado, com a univariada, que as variáveis faixa etária e escolaridade se mostraram significativas e, de outro, com a multivariada, que os preditores sexo, em interação com a faixa etária, e a escolaridade, apresentaram efeitos sobre a variável resposta.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALBUQUERQUE; D. B. NASCIMENTO; A. M. O locativo ni na fala sergipana: uma interpretação à luz do contato de línguas. Interdisciplinar – Revista de Estudos em Língua e Literatura, Itabaiana, v. 17, n. 2, p. 99-110, jun. 2013.

BAXTER, A. A contribuição das comunidades afro-brasileiras isoladas para o debate sobre a crioulização prévia: um exemplo do estado da Bahia. In: D’ANDRADE, E.; KIHM, A. (Org.). Actas do Colóquio sobre Crioulos de Base Lexical Portuguesa. Lisboa: Colibri, 1992.

BYBEE. J. L. Língua, uso e cognição. Tradução: Maria Angélica Furtado da Cunha. Revisão técnica: Sebastião Carlos Leite Gonsalves. São Paulo: Cortez, 2016.

CASTILHO, A. T. de. Nova Gramática do Português Brasileiro. São Paulo: Editora Contexto, 2010.

FERRARI, L. V. Variação e cognição: o caso das preposições locativas em e ni no português do Brasil. Revista ANPOLL, FFLCH/USP, n. 3, 1997, p. 121-133.

KEWITZ, V.; ALMEIDA, M. L. L.; SOUZA, J. L. GONÇALVES, C. A. As Preposições: Aspectos Históricos e Usos Atuais. In: LOPES, C. R.; Castilho, A. T. (org.). História do português brasileiro: mudança sintática das classes gramaticais: perspectiva funcionalista. São Paulo: Contexto, 2018. p. 294-383.

LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. São Paulo: Parábola, 2008 [1972].

LOPES, N. S.; BAXTER, A. NI no dialeto português dos Tongas de São Tomé (África). In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS CRIOULOS E SIMILARES, 2006, 4, Goiânia. Caderno de Resumos. Goiânia: Universidade Federal de Goiânia, 2006. v. único. p. 27-28.

LUCCHESI, D.; BAXTER, A. A relevância dos processos de pidginização e crioulização na formação da língua portuguesa no Brasil. Revista Estudos Linguísticos e Literários, n. 19, mar. 1997.

MARTELOTTA, M. E. Mudança Linguística: uma abordagem centrada no uso. São Paulo: Cortez, 2011.

MOLLICA, M. C.; BRAGA, M. L. (Org.) Introdução à Sociolingüística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2003.

OUSHIRO, L. Introdução à estatística para linguistas. Zenodo, 2017. Disponível em: http://doi.org/10.5281/zenodo.822070. Acesso em: 01 fev. 2022.

PAES, M. B. G. A preposição ni em Vitória da Conquista: usos e avaliação do falante. 2013. 99f. Dissertação (Mestrado em Estudo da Linguagem) – Programa de Pós-graduação em Estudo da Linguagem. Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2013.

PONTES, E. Espaço e tempo na língua portuguesa. Campinas: Pontes, 1992.

R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for

Statistical Computing, Vienna, Austria. URL https://www.R-project.org/. 2020.

RIBEIRO, C.C. S. Deslocamento geográfico e padrões de uso linguístico: a variação entre as preposições em ~ ni na comunidade de práticas da Universidade Federal de Sergipe. 2019. 84f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal de Sergipe, 2019.

SOUZA, E. S. A preposição “ni” no continuum rural-urbano de comunidades baianas. 2015. 140f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Departamento de Letras e Artes, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, 2015.

WEINREICH, U.; LABOV, W.; HERZOG, M. Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança lingüística. Tradução: Marcos Bagno. Revisão técnica: Carlos Alberto Faraco. Posfácio: Maria da Conceição Paiva e Maria Eugênia L. Duarte. São Paulo: Parábola, 2006 [1968].

Arquivos adicionais

Publicado

14-09-2022