Do mercado de livros ao acampamento militar: um estudo da difusão da 'Eneida' no Império a partir dos 'exercitationes scribendi'
DOI:
https://doi.org/10.17648/rom.v0i10.18984Palavras-chave:
Eneida, Épico romano, Papiros, Paleografia latina, Educação romana, Arqueologia do textoResumo
Segundo a tradição biográfica tardo-antiga, Virgílio expressou antes de morrer o desejo de incinerar os livros da Eneida, uma vez que o trabalho da composição estava incompleto. Até a invenção do códice, o principal meio de divulgação da Eneida era muito provavelmente o volumen constituído por folhas de papiro. Tendo em vista as limitações deste tipo de suporte, é provável que os livros do poema circulassem separadamente. A julgar pelo corpus papirológico (31 papiros identificados até o atual estágio da pesquisa), pela epigrafia e pelas menções esporádicas dos autores latinos, o épico virgiliano alcançou uma rápida difusão nos quadros do Império logo nos dois primeiros séculos de sua publicação (séc. I a.C.). Como parte da tipologia da fonte pertinente à proposta de abordagem histórica do épico, debruçamo-nos neste artigo sobre um recorte da arqueologia do texto anterior aos codices antiquores (séculos IV-V). Nossa abordagem considera a problemática do suporte do volumen e a difusão dos poemas virgilianos, tendo em vista sua fruição poética e seu uso escolar a partir de um grupo de papiros categorizados como exercitationes scribendi.Downloads
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