O corpo feminino na Antiguidade romana: belezas e padrões representacionais nas pinturas de Pompeia
Palavras-chave:
Antiguidade romana, Pompeia, Mulheres, Corpo, PinturasResumo
A inserção do corpo como objeto de investigação da História remonta à segunda metade do século XX, quando os diálogos com as epistemologias de gênero são construídos e permitem pensar as diferentes formas que os indivíduos tiveram de se subjetivar ao longo do tempo. No caso da antiguidade, alcançamos esses corpos por meio dos vestígios arqueológicos, os quais trazem, entre tantas informações, aspectos culturais relativos à corporeidade dos antigos. Tendo isso em vista, analisam-se representações do corpo feminino nos afrescos do sítio arqueológico de Pompeia. Intenciona-se compreender se essas representações indicavam uma adequação das mulheres a padrões estéticos e comportamentais, ou se podem servir também para demonstrar certa agência feminina no controle de seus corpos, ou seja, uma heterogeneidade de concepções sobre estes, durante o período imperial romano.
Downloads
Referências
Documentação iconográfica
CENA DA PAREDE SUL DA VILA DOS MISTÉRIOS. Século I a.C. Vila dos Mistérios, Sítio Arqueológico de Pompeia. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/Commons/
/72/Villadei_misteri%2C_sala_del_grande_dipinto_con_misteri_iniziatici%2C_I_secolo_a.c.16b.jpg. Acesso em: 03 out. 2022.
CENA DE TOALETE. Século I a.C. Sítio arqueológico de Herculano. Disponível em: https://iac.fflch.usp.br/node/952. Acesso em: 03 out. 2022.
DOMINA DA VILA DOS MISTÉRIOS. Século I a.C. Vila dos Mistérios, Sítio Arqueológico de Pompeia. In: MAIURI, A. La peinture romaine. Suíça: Copyright, 1953, p. 52-53.
HOMEM PRATICANDO CUNNILINGUS. Século I d.C. Terma Suburbana, Sítio Arqueológico de Pompeia (VII, 16, a). In: SANFELICE, P. P. Homoerotismo e performances: as representações dos corpos e das relações humanas na antiguidade romana a partir das pinturas de Pompeia. Heródoto, v. 2, n. 2, 2017, p. 298-331.
Obras de apoio
AZEVEDO, S. F. L. O adultério, a política imperial e as relações de gênero em Roma. 2017. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
AZEVEDO, S. F. L. A ética da monogamia e o espírito do feminicídio: marxismo, patriarcado e adultério na Roma Antiga e no Brasil atual. História, v. 38, p. 1-19, 2019.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CANTARELLA, E. Women and patriarchy in Roman Law. In: PLESSIS, P. J.; ANDO, C.; TOURI, K. (ed.). The Oxford Handbook of Roman Law and Society. Oxford: Oxford University Press, 2016, p. 420-431.
CAVICCHIOLI, M. R. As representações da sexualidade na iconografia pompeiana. 2004. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.
CAVICCHIOLI, M. R. A sexualidade no olhar: um estudo da iconografia pompeiana. 2009. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.
CAVICCHIOLI, M. R. A posição da mulher na Roma antiga: do discurso acadêmico ao ato sexual. In: FUNARI, P. P. A.; FEITOSA, L. M. G. C.; SILVA. G. J. (org.). Amor, desejo e poder na Antiguidade: relações de gênero e representações do feminino. São Paulo: Unifesp, 2014.
CAVICCHIOLI, M. R. Belas e desejadas: imagens da beleza feminina no universo mítico religioso romano e suas continuidades. In: FUNARI, P. P.; MARQUETTI, F. R. (org.). Sobre a pele: imagens e metamorfoses do corpo. São Paulo: Intermeios, 2015, p. 69-89.
CERTEAU, M. Histórias de corpos. Entrevista concedida à Georges Vigarello. Projeto História, v. 25, p. 407-412 dez. 2002.
COURTINE, J. J. Decifrar o corpo: pensar com Foucault. Petrópolis: Vozes, 2013.
DAVIES, G. On being seated: gender and body language in Hellenistic and Roman art. In: CAIRNS, D. (ed.). Body language in Greek and Roman worlds. Swansea: The Classical Press of Wales, 2005, p. 215-238.
DAVIES, G. Gender and body language in Roman art. Cambridge: Cambridge University Press, 2018.
DÍAZ-ANDREU, M. Arqueologia crítica e humanista. São Paulo: Fonte Editorial, 2019.
FEITOSA, L. M. G. C. Amor e sexualidade: o masculino e o feminino em grafites de Pompeia. São Paulo: Annablume, 2005.
FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, H. L.; RABINOW, P. (org.). Michel Foucault: uma trajetória filosófica. Rio de Janeiro: Forense, 1995, p. 231-249.
FUNARI, P. P. A. Romanas por elas mesmas. Cadernos Pagu, n. 5, p. 179-200, 1995.
FUNARI, P. P. A. Resenha de SAURON, G. La Grande Fresque de la Villa des Mystères à Pompéi. Mémoires d’une Dévote de Dionysos. História Questões e Debates, n. 34, p. 283-286, 2001.
FUNARI, P. P. A. Representações do corpo nas paredes pompeianas. In: THEML, N.; BUSTAMANTE, R. M. C.; LESSA, F. S. (org.). Olhares do corpo. Rio de Janeiro: Mauad, 2003, p. 167-172.
FUNARI, P. P.; MARQUETTI, F. R. Introdução. Entre a superfície e o mais profundo. In: FUNARI, P. P.; MARQUETTI, F. R. (org.). Sobre a pele: imagens e metamorfoses do corpo. São Paulo: Intermeios, 2015, p. 11-15.
FUNARI, P. P.; FEITOSA, L. C. M. G. Corpos e peles: a aisthesis romana em discussão. In: FUNARI, P. P.; MARQUETTI, F. R. (org.). Sobre a pele: imagens e metamorfoses do corpo. São Paulo: Intermeios, 2015, p. 91-105.
FUNARI, P. P. A.; MARQUETTI, F. R. Antiguidade e relações de gênero. In: FUNARI, P.P. A.; MARQUETTI, F. R. (org.). Autorretrato: gênero, identidade e liberdade. Londrina: EDUEL, 2019, p. 17-20.
HALLET, C. H. Defining Roman art. In: BORG, B. E. (ed.). A companion to Roman Art. Oxford: Wiley-Blackwell, 2015, p. 11-33.
ISBAES, G. Representações femininas: protagonismos, subjetividades e sociedade nas pinturas de Pompeia. 2022. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2022.
KAMPEN, N. Roman art and gender studies. In: BORG, B. E. (ed.). A companion to Roman Art. Oxford: Wiley-Blackwell, 2015, p. 71-91.
MCLAREN, M. Foucault, feminismo e subjetividade. São Paulo: Intermeios, 2016.
MAIURI, A. La peinture romaine. Genève: Skyra 1953.
PINHEIRO, C. S. Corpos em construção: natureza e condições do corpo feminino na Antiguidade greco-romana. Cadmo, v. 20, p. 479-497, 2010.
REIS, T. A representação pictórica da toalete das mulheres na região da Campânia na antiguidade. In: THEML, N.; BUSTAMANTE, R. M. C.; LESSA, F. S. (org.). Olhares do corpo. Rio de Janeiro: Mauad, 2003, p. 189-196.
SANFELICE, P. P. Sob as cinzas do vulcão: representações da religiosidade e da sexualidade na cultura material de Pompéia durante o Império Romano. 2016. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2016.
SANFELICE, P. P. Homoerotismo e performances: as representações dos corpos e das relações humanas na Antiguidade romana a partir das pinturas de Pompeia. Heródoto, v. 2, n. 2, 2017, p. 298-331.
SANTAELLA, L. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1980.
SANT’ANNA, D. B. É possível realizar uma história do corpo? In: SOARES, C. L. (org.). Corpo e História. Campinas: Autores Associados, 2006, p. 3-21.
SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995.
SCOTT, J. W. Gênero: ainda é uma categoria útil de análise? Albuquerque, revista de História, v, 13, n. 26, p. 177-186, 2021.
SOARES, C. L. Corpo e História. Campinas: Autores Associados, 2006.
SØRENSEN, M. L. S. Gender, things and material culture. In: NELSON, S. M. (ed.). Handbook of gender in Archaeology. Berkeley: Altamira, 2006, p. 105-137.
ZANKER, P. Roman art. Los Angeles: Getty Publications, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Gabriela Isbaes
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
a. Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação.
b. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a primeira publicação pela revista, com os devidos créditos.
d. Os textos da revista estão licenciados com uma Licença CC BY 4.0 Deed Atribuição 4.0 Internacional (CC BY).
