Aquilombamento: raça e classe, resistências indígenas e negras na formação social brasileira frente a atual violação de direitos humanos
DOI:
https://doi.org/10.47456/e-2022330213Palabras clave:
Aquilombamento, Raça, ClasseResumen
O artigo aborda a questão racial como expressão da questão social, tendo o século XIX como confluência das teorias racialistas e origem da desigualdade no acesso à terra com a lei de terras de 1850, entre outros mecanismos criados pelo Estado para a manutenção da dominação branca europeia nestas terras. A partir da noção de aquilombamento de resistências indígenas e negras, lança mão da articulação entre raça e classe, com base em autores clássicos e contemporâneos da formação social brasileira para a leitura da realidade atual de violação de direitos humanos no Brasil. A compreensão do processo colonial e a escravização são abordados desde a leitura de Marx sobre a acumulação primitiva do capital que mantém ao longo de 522 anos a violência e a expropriação como base para a manutenção da exploração capitalista e se reatualiza neste momento de crise estrutural do capital com o avanço sobre as terras indígenas no chamado marco temporal, sobre as terras quilombolas e a manutenção da violência do Estado contra a população negra nas favelas e periferias das cidades pela expropriação do solo urbano, extermínio e encarceramento da população negra e indígena em contexto urbano.
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