As múltiplas faces da linguagem política liberal no processo de construção da autonomia política da América Portuguesa (1821)
DOI:
https://doi.org/10.47456/e-2022330107Keywords:
Independência do Brasil, Linguagens Políticas, ImprensaAbstract
As notícias advindas do Porto e de Lisboa nos meses finais de 1820 modificaram decisivamente toda a vida política da América portuguesa. Nesse contexto, formou-se nos espaços públicos uma densa rede de impressos fundamentada em linguagens políticas liberais. Por meio da perspectiva metodológica Collinwoodiana, da Escola de Cambridge, o presente artigo realiza uma breve análise de impressos que circularam nas ruas da Corte do Rio de Janeiro e da Bahia, no ano de 1821, demonstrando que a nova realidade constitucional e liberal instituída em terras luso-americanas fez emergir uma divisão da cena pública em duas linguagens políticas, uma, liberal conservadora, defensora dos poderes políticas da família real de Bragança, e, outra, liberal vintista, destinada a subordinar o poder do monarca ao Parlamento a partir da noção de soberania popular.
Downloads
References
Fontes
A Regeneração Constitucional ou Guerra e disputa entre os Carcundas e os Constitucionais: origem destes nomes e capitulação dos Carcundas escripta pelo constitucional europeu ao constitucional brasileiro, e oferecida a todos os verdadeiros constitucionais. Rio de Janeiro, Imprensa Régia, 1821. In: CARVALHO, José Murilo de; BASTOS, Lúcia; BASILE, Macello (Org.). Guerra Literária: Panfletos da Independência (1820-1823). Volume 2 – Análises. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2014.
Conciliador do Reino Unido. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1821. Disponível na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional: http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: maio de 2022.
Gazeta do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imprensa Régia, 1808-1822. Disponível na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional: http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: maio de 2022.
O Amigo do Rei e da Nação. Rio de Janeiro: Tipografia Real, 1821. Disponível na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional: http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: maio de 2022.
O Bem da Ordem. Rio de Janeiro, Tipografia Real, 1821. Disponível na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional: http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: maio de 2022.
O Espelho. Rio de Janeiro. Imprensa Nacional. 1822-1823. Disponível na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional: http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: maio de 2022.
O Triunfo dos Liberais, e o arrependimento do Servilismo. Reimpresso no Rio de Janeiro. Impressão Nacional, 1821. In: CARVALHO, José Murilo de; BASTOS, Lúcia; BASILE, Macello (Org.). Guerra Literária: Panfletos da Independência (1820-1823). Volume 2 – Análises. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2014.
Reflexões filosóficas sobre a liberdade, e igualdade. Rio de Janeiro. Typographia Real, 1821. In: CARVALHO, José Murilo de; BASTOS, Lúcia; BASILE, Macello (Org.). Guerra Literária: Panfletos da Independência (1820- 1823). Volume 2 – Análises. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2014.
Reflexões sobre alguns sucessos do Brasil. Escriptas por Theodoro José Biancardi. Rio de Janeiro, Typografia Nacional, 1821. In: CARVALHO, José Murilo de; BASTOS, Lúcia; BASILE, Macello (Org.). Guerra Literária: Panfletos da Independência (1820-1823). Volume 2 – Análises. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2014.
Reflexões Sobre os próximos successos que tem havido na Côrte do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Impressão Régia, 1821. In: CARVALHO, José Murilo de; BASTOS, Lúcia; BASILE, Macello (Org.). Guerra Literária: Panfletos da Independência (1820-1823). Volume 2 – Análises. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2014.
Reverbero Constitucional Fluminense. Rio de Janeiro: Tipografia de Moreira e Garcez; Tipografia Nacional; Tipografia Silva Porto. 1821-1822. Disponível na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional: http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: maio de 2022.
Semanário Cívico. Salvador: Tipografia Viúva Serva e Carvalho, 1821-1823. Disponível na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional: http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: maio de 2022.
Obras Gerais
ALEXANDRE, Valentim. Os Sentidos do Império: questão nacional e questão colonial na Crise do Antigo Regime Português. Porto: Edições Afrontamento, 1993.
BASILE, Marcello; BASTOS, Lúcia; CARVALHO, José Murilo. Guerra literária. Panfletos da independência (1820-1823). Vol. 1, Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
BASILE, Marcello. Luzes a quem está nas trevas: a linguagem política radical nos primórdios do Império. In: Topoi, Rio de Janeiro, v. 02, n. 3. Rio de Janeiro, p. 91-130, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/2237-101X002003004
BASILE, Marcello Otávio N. de C. O Império em construção: projetos de Brasil e ação política na Corte Regencial. Tese de Doutorado em História Social. Rio de Janeiro: I.F.C.S. – UFRJ, 2004.
CARVALHO, José Murilo de. A Construção da Ordem: A elite política imperial. Teatro de sombras: a política imperial. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
CARVALHO, Laerte Ramos de. A educação e seus métodos. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de. (dir.). História da Civilização Brasileira, t. I – A época colonial, 2º v., Administração, economia e sociedade. 6. ed. São Paulo: Difel/Difusão Editorial S.A., 1985.
CONTIER, Arnaldo Daraya. Imprensa e ideologia em São Paulo (1822-1842): matizes do vocabulário político e social. Petrópolis: Vozes / Campinas: UNICAMP, 1979.
FALCON, Francisco J. Calazans. Iluminismo. São Paulo: Ática, 1994.
FONSECA, Silvia Carla Pereira de Brito. A ideia de república no Império do Brasil: Rio de Janeiro e Pernambuco (1824-1834). Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: I.F.C.S. – UFRJ, 2004.
FONSECA, Silvia Carla Pereira de Brito. A linguagem republicana em Pernambuco (1824-1835). Varia história, Belo Horizonte, v. 27, n. 45, p. 47-73, 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-87752011000100003
FONSECA, Silvia C. F. B; CORRÊA, Maria L. Apresentação: a imprensa e os historiadores. In: ___________(Orgs.). 200 anos de Imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Contracapa, 2009, pp. 07-20.
GUERRA, François-Xavier. Modernidad e Independencias: Ensayos sobre las revoluciones hispânicas. México: Fondo de Cultura Económica, 1992.
LEITE, Renato Lopes. Republicanos e Libertários: pensadores radicais no Rio de Janeiro (1822). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
LUSTOSA, Isabel. Insultos Impressos: a guerra dos jornalistas na Independência (1821- 1823). São Paulo: Cia das Letras, 2000.
MEIRELLES, Juliana Gesuelli. A Gazeta do Rio de Janeiro e o impacto na circulação de ideias no Império luso-brasileiro (1808-1821). Dissertação (Mestrado em História). Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 2006.
MOREL, Marco. As transformações dos espaços públicos: imprensa, atores políticos e sociabilidades na Cidade Imperial (1820-1840). São Paulo: HUCITEC, 2005.
MOREL, Marco. Das gazetas tradicionais aos jornais de opinião: metamorfoses da imprensa periódica no Brasil. In: NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das. (Orgs.). Livros e Impressos: retratos do Setecentos e do Oitocentos. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2009, p. 153-184.
NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das. Corcundas e Constitucionais: a cultura política da independência (1820-1822). Rio de Janeiro: Revan; FAPERJ, 2003.
OLIVEIRA, Cecília H. L. de Salles. A astúcia Liberal: Relações de mercado e projetos políticos no Rio de Janeiro (1820-1824). Bragança Paulista: EDUSF e ÍNCONE, 1999.
POCOCK, John G. A. O conceito de linguagem e o métier d’ historien: algumas considerações sobre a prática. In: Linguagens do Ideário Político. Trad. Fábio Fernandez. São Paulo: Edusp, 2003.
RIBEIRO, Gladys Sabina. A liberdade em construção: identidade nacional e conflitos antilusitanos no Primeiro Reinado. Rio de Janeiro: Relume Dumará; FAPERJ, 2002.
SANTOS, Cristiane Alves Camacho dos. Escrevendo a História do futuro: a leitura do passado no processo de Independência do Brasil. 2010. 186 f. Dissertação (Mestrado em História Social). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
SILVA, Maria Beatriz Nizza da. A Primeira Gazeta da Bahia: idade d’ouro do Brazil. Salvador: EDUFBA, 2011. DOI: https://doi.org/10.7476/9788523212223
SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político moderno. Trad. Renato J. Ribeiro e Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.
SOUZA, Iara Lis Franco Schiavinatto Carvalho. Pátria coroada: o Brasil como corpo político autônomo – 1780-1831. São Paulo: UNESP, 1999.
VARGUES, Isabel Nobre. A aprendizagem da cidadania em Portugal (1820-1823). Coimbra: Minerva, 1997; NEVES, 2003.
VERDELHO, Telmo. As palavras e as coisas na revolução liberal de 1820. Coimbra: Inic, 1981.
VIANNA, Helio. Contribuição à história da Imprensa brasileira (1812-1869). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional / Ministério da Educação e Saúde - Instituto Nacional do Livro, 1945.
VIANNA, Jorge Vinícius Monteiro. Entre a Opinião e o Público: Linguagens Políticas na Independência e no Primeiro Reinado do Brasil. Tese de Doutorado. Vitória: Centro de Ciências Humanas e Naturais, Programa de Pós-Graduação em História – UFES, 2009.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2022 Ágora Journal

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Revista Ágora (Vitória) © 2005 by Universidade Federal do Espírito Santo is licensed under Attribution-ShareAlike 4.0 International