O feminismo revolucionário antifascista dos anos 30: da prisão política à conquista da autoria
DOI:
https://doi.org/10.47456/contexto.v1i43.38253Palavras-chave:
Literatura social., Autoria feminina, Feminismo., Memórias da prisão.Resumo
Na década de 30, firmam-se na literatura brasileira autoras como Rachel de Queiroz, Patrícia Galvão, Eneida de Moraes, Haydée Nicolussi e Lídia Besouchet, todas nascidas no primeiro decênio do século XX. Buscamos aqui evidenciar as interrelações literárias, sociais e políticas que afetaram a construção da autoria feminina nesse grupo literário, a partir da perspectiva discursiva de Dominique Maingueneau (2009), investigando: espaços e formas de sociabilidade, estratégias editoriais que confrontam restrições do campo literário e temáticas associadas à emancipação da mulher e à transformação social que podem constituir a matriz de um novo feminismo. Para tanto, um corpus de poemas, romances, crônicas dessas autoras e textos memorialísticos diversos é relacionado e analisado, permitindo revelar regularidades na representação da mulher como sujeito, que forçam a entrada de elementos novos nas regras de produção dos textos literários e de escritoras no cânone literário, como Raquel de Queiroz e, a seguir, Clarice Lispector.
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