VOZ(ES) E RESISTÊNCIA(S) NA CANÇÃO "COTA NÃO É ESMOLA" À LUZ DA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO
Palabras clave:
Análise Crítica do Discurso, Racismo, Cotas RaciaisResumen
Este artigo tem como objetivo realizar uma análise sobre os discursos que reverberam e naturalizam a discriminação racial e o racismo por meio da letra de uma música brasileira intitulada “Cota não é esmola”. Além disso, o referencial teórico-metodológico é embasado pela Análise Crítica do Discurso (ACD), orientado por Norman Fairclough (2001; 2003) e o método analítico é qualitativo (descritivo e interpretativo), configurando-se um estudo cujo processo se materializa no próprio texto. Dessa forma, as práticas descritivas e interpretativas nos dão uma maior visibilidade de saberes do mundo sobre a temática étnico racial. Assim, compreendemos as três dimensões do discurso: i) análise textual, a partir do vocabulário e das frases negativas; ii) práticas discursivas, através dos interdiscursos e das representações sociais e; iii) prática social, voltado aos aspectos ideológicos. Ainda, o debate sobre as políticas afirmativas será embasado por Munanga (2001, 2007), para refletir sobre caminhos de resistência. A partir da análise, pontuamos que o ativismo negro na música atua como prática legítima que colabora e conscientiza de maneira crítica e reflexiva os sujeitos na busca por igualdade racial.
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