Política linguística na Amazônia cabana
a gestão da língua e o preconceito linguístico em evidência
DOI:
https://doi.org/10.47456/cl.v16i33.37605Palabras clave:
Contatos linguísticos, Governo da língua, Estudos foucaultianos, Política linguísticaResumen
Trata-se de uma proposta que analisa como o dispositivo colonial instituiu uma política linguística, durante o período da Cabanagem, mergulhada nas dimensões de prática, crença e gestão da língua. Para tanto, consideramos o arcabouço teórico-metodológico de Michel Foucault no quadro dos estudos discursivos (2010a; 2010b; 2010c; 2016a; 2016b), Bernard Spolsky (2004; 2009) e operacionalização conceitual que vem sendo desenvolvida sobre o governo da língua na Amazônia paraense pelo Grupo de Estudos Mediações e Discursos na Amazônia – GEDAI/CNPq (LAVAREDA (2021), LAVAREDA & NEVES (2018; 2019; 2020). Assim, na busca de sistematizar o ensaio, os procedimentos técnicos do estudo têm abordagem documental, tendo como instrumento para a produção dos arquivos da pesquisa as filigranas discursivas deixadas pela narrativa Motins Políticos... (RAIOL, 1970). Almeja-se, com este estudo, salientar os acontecimentos que ficaram sujeitados à época da Cabanagem com relação à gênese de uma “atitude purista de língua” no território amazônico. De modo que o artigo possa potencializar um olhar mais plural sobre a constituição histórica da língua portuguesa e, em um mesmo gesto, oportunizar outros olhares para esta rede de sensibilidade linguística enquanto índice de estratificação social.
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