Tendência e distribuição espacial de gravidez na adolescência no Espírito Santo

Autores

  • Ana Carolina Gonçalves Rodrigues Dias Universidade Federal do Espírito Santo
  • Karllian Kerlen Simoneli Soares Universidade Federal do Espírito Santo
  • Keila Cristina Mascarello Universidade Federal do Espírito Santo
  • Ana Paula Velten http://orcid.org/0000-0002-1176-903X

DOI:

https://doi.org/10.47456/hb.v5i2.44863

Palavras-chave:

gravidez na adolescência, análise espaço-temporal, epidemiologia

Resumo

A gravidez na adolescência afeta profundamente a trajetória de vida das adolescentes, representando um desafio para as políticas públicas. Com o objetivo de analisar a tendência e a distribuição espacial de gravidez na adolescência entre 2005 e 2015 no Espírito Santo foi realizado um estudo ecológico utilizando o quantitativo de nascidos vivos entre mulheres de 10 a 19 anos (divididos em grupos: 10 a 14 e 15 a 19) por ano de estudo e município, disponíveis no Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foi calculada a incidência para o estado, para as regiões de saúde (Norte, Central, Metropolitana e Sul) e para os setenta e oito municípios que compõem o estado. Foi realizada análise de tendência por região de saúde e grupo etário, e posteriormente foi realizada a distribuição espacial. Os municípios que apresentaram maior coeficiente médio de gravidez na adolescência se concentram em sua grande maioria na região Norte do estado. Entre 10 e 14 anos as regiões Metropolitana e Sul apresentam tendência significativa de aumento nas taxas de gravidez na adolescência ao longo do tempo, enquanto de 15 a 19 anos a região Norte apresentou tendência significativa de redução nas taxas. Mesmo com a redução, a região Norte permaneceu como a região com maiores taxas. Na análise espacial notou-se um conglomerado homogêneo de casos, em especial na região Norte. No Espírito Santo as maiores taxas de gravidez na adolescência estão na região Norte, região com as condições socioeconômicas mais desfavoráveis do estado e, também, área prioritária para intervenções voltadas à prevenção de gravidez não planejada na adolescência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Carolina Gonçalves Rodrigues Dias, Universidade Federal do Espírito Santo

Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal do Espírito Santo.

Karllian Kerlen Simoneli Soares , Universidade Federal do Espírito Santo

Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo (2021-2024). Possui Mestrado em Saúde Coletiva (2015-2017). Pós-graduação em Saúde Pública, Unidade de Terapia Intensiva e Urgência e Emergência e graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES (2010-2014).

Keila Cristina Mascarello, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutorado em Epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas, Brasil (2017)
Professor adjunto II da Universidade Federal do Espírito Santo , Brasil

Referências

BELO MAV, SILVA JLP. Conhecimento, atitude e prática sobre métodos anticoncepcionais entre adolescentes gestantes. Rev Saude Publica 38(4): 479-487, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000400001

BRASIL. Lei nº 12.015, de 07 de agosto de 2009. Dispõe sobre o estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, 10 agosto de 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Saúde Brasil, 2013: uma análise da situação de saúde e das doenças transmissíveis relacionadas à pobreza. Brasília, 2014.

CONTRERAS JM, BOTT S, DARTNALL E, GUEDES A, ISHIDA K, FIELDS A, ASTBURY J, BADILLA AE, BILLINGS D, GARCÍA-MORENO C, GÜEZMES A, JEWKES R, KOSS M, LOOTS L, RICARDO C, RUSHING R. Violência Sexual na América Latina e no Caribe: uma análise de dados secundários. Pretoria: Iniciativa de Pesquisa sobre Violência Sexual, 2010.

COSTA CC, SILVA CD, ACOSTA DF, GUTMANN VLR. A percepção de agentes comunitárias de saúde sobre o planejamento reprodutivo com adolescentes. Rev Enferm UFSM - REUFSM 10: 1-15, 2020. DOI: https://doi.org/10.5902/2179769240345

DECHANDT MJ, PEREIRA BLR, WOSNIAK EJM, KLUTHCOVSKY ACGC. Gravidez na adolescência: taxas específicas de fecundidade e tendência temporal, Brasil (2008 a 2017). Res Soc Dev 10(6): e19710615664, 2021. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15664

DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. DATASUS. 2020. Disponível em https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/. Acesso em 24 de julho de 2024.

FERNANDES MMSM, ESTEVES MDS, SANTOS AG, VIEIRA JS, SOUSA NETO BP. Fatores de riscos associados à gravidez na adolescência. Rev enferm UFPI 6(3): 53-58, 2017. DOI: https://doi.org/10.26694/reufpi.v6i3.5884

FREITAS GVS, BOTEGA NJ. Gravidez na adolescência: prevalência de depressão, ansiedade e ideação suicida. Rev Assoc Med Bras 48(3): 245-249, 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-42302002000300039

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2016. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2016.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE. Coordenação de população e indicadores sociais. Pesquisa do Índice de Desenvolvimento Humano. Espírito Santo. Brasil. 2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/es/pesquisa/37/30255?tipo=ranking&localidade1=320405&ano=2010. Acesso em 24 de julho de 2024.

LEAL MC. Mais de 55% das brasileiras com filhos não planejaram engravidar, diz estudo. G1 Globo, 2016. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/mais-de-55-das-brasileiras-com-filhos-nao-planejaram-engravidar.ghtml. Acesso em 24 de maio de 2024.

LOPES MCL, OLIVEIRA RR, SILVA MAPD, PADOVANI C, OLIVEIRA NLB, HIGARASHI IH. Temporal trend and factors associated to teenage pregnancy. Rev Esc Enferm USP 54: e03639. DOI: 10.1590/s1980-220x2019020403639, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/s1980-220x2019020403639

MARTINS MMF, AQUINO R, PAMPONET ML, PINTO JUNIOR EP, AMORIM LDAF. Acesso aos serviços de atenção primária à saúde por adolescentes e jovens em um município do Estado da Bahia, Brasil. Cad Saúde Pública 35(1): e00044718, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311x00044718

NASCIMENTO TLC, TEIXEIRA CSS, ANJOS MS, MENEZES GMS, COSTA MCN, NATIVIDADE MS. Fatores associados à variação espacial da gravidez na adolescência no Brasil, 2014: estudo ecológico de agregados espaciais. Epidemiol Serv Saude, Brasília 30(1): e2019533, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/s1679-49742021000100003

SANTOS RL, ARAUJO DIAS MS, ALVES PINTO AG, CAVALCANTE EGR, MACHADO MFAS. Agentes Comunitários de Saúde: competências de promoção da saúde para adolescentes. Rev Bras Enferm 73(4): e20190363, 2020.

SILVA MJP, NAKAGAWA JTT, SILVA ALR, ESPINOSA MM. Gravidez na adolescência: uso de métodos anticonceptivos e suas descontinuidades. Rev Min Enferm 23: e-1220, 2019. DOI: https://doi.org/10.5380/ce.v24i0.59960

SILVEIRA RE, SANTOS AS. Gravidez na adolescência e evasão escolar: revisão integrativa da literatura. REME 2(1): 89-98, 2013. DOI: https://doi.org/10.18554/2317-1154v2n1p89

SOUTO RMCV, PORTO DL, PINTO IV, VIDOTTI CCF, BARUFALDI LA, FREITAS MG, SILVA MMA, LIMA CM. Estupro e gravidez de meninas de até 13 anos no Brasil: características e implicações na saúde gestacional, parto e nascimento. Cien Saude Colet 22(9): 2909-2918, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.13312017

WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. Pregnant adolescents: delivering on global promises of hope. Geneva: WHO Document Production Services, 2006.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. Accelerating progress toward the reduction of adolescent pregnancy in Latin America and the Caribbean. Report of a technical consultation. Geneve, 2016.

Downloads

Publicado

31-08-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde