Tendência de parto cesáreo nas capitais brasileiras no período de 2009 a 2018
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v24i1.33219Palavras-chave:
Cesárea, Sistemas de informação, Estudos de séries temporais, Políticas PúblicasResumo
Introdução: O parto cesariano é considerado uma verdadeira ‘epidemia’ devido ao aumento das taxas no decorrer dos anos. Objetivo: Analisar a tendência de cesarianas nas capitais brasileiras no período de 2009 a 2018. Métodos: Estudo ecológico de série temporal. Calculou-se a proporção de parto cesáreo nas capitais, no período de 2009 a 2018, utilizando os dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Para avaliação da tendência da proporção de cesarianas, considerou-se o modelo de regressão de Prais-Winsten, analisado no STATA 14.0. Resultados: Prevaleceram mulheres pretas/pardas e outras, de 20 a 34 anos e com 8 a 11 anos de estudo. A maior proporção de cesarianas ocorreu em Goiânia, no ano 2012 (75,3%) e a menor em Macapá em 2011 (33,6%). As maiores proporções de cesárea ocorreram nas capitais do Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Conclusão: Os achados mostraram que todas as capitais brasileiras apresentam proporção de cesarianas acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, e em algumas, há tendência crescente, reforçando a necessidade de políticas públicas mais eficazes.
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