Perfil epidemiológico das leucemias no estado do Maranhão, Brasil

Autores

  • Suzanne Pinheiro Figueiredo Secretaria de Saúde do Estado do Maranhão (SES-MA)
  • Luanessa Damares de Farias da Silva Universidade Estadual do Piauí
  • Thaissa Rhandara Campos Cardoso Universidade Estadual do Piauí
  • Daisy Maria Conceição dos Santos
  • Joelson dos Santos Almeida Universidade Estadual do Piauí-UESPI https://orcid.org/0000-0001-6926-7043
  • Maria do Rosário Costa Miranda 5Universidade Estadual do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.47456/rbps.v26i1.39303

Palavras-chave:

Leucemia, Vigilância em Saúde Pública, Oncologia

Resumo

Introdução: As leucemias são neoplasias do sangue que afetam todos os indivíduos independentemente da idade e sexo, que causam impactos na saúde pública devido à especificidade de tratamento e ao quantitativo dos casos na população. Objetivos: Caracterizar os casos de leucemias atendidos em um hospital oncológico no Maranhão, Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa. Os dados foram extraídos do Sistema de Registro Hospitalar do Câncer de um hospital oncológico no período de 2014 a 2019 e analisados por estatística descritiva. Resultados: Foram registrados 111 casos de leucemias no período do estudo. O sexo masculino foi predominante (60,4%). Na faixa etária de 40 a 59 anos (35,1%). Os pardos representaram a maioria (55,9%). Os casados eram 46,8% dos casos. Quanto à escolaridade, 31,5% possuíam até o ensino fundamental. Em relação à ocupação, diversas profissões predominaram (38,7%) e 58,6% dos pacientes procediam de áreas rurais. Quanto aos dados clínicos, o tipo histológico diversos representou 44,2%; o estadiamento clínico não classificado esteve em 88,5% dos casos; em relação ao consumo de álcool e tabaco nos pacientes 43,2% e 45% nunca consumiram, respectivamente. No tocante às variáveis do tratamento, 39,6% dos pacientes realizaram múltiplos exames, 45% receberam quimioterapia e 14,4% tiveram remissão completa. Conclusão: As leucemias são consideradas um desafio à saúde pública devido ao diagnóstico na população adulto-idosa pelos fatores da baixa escolaridade que influenciam no autocuidado dificultando o reconhecimento dos sintomas nos pacientes. É necessário ampliar a atenção oncológica para melhorar o acesso e qualidade da assistência.

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Biografia do Autor

Suzanne Pinheiro Figueiredo, Secretaria de Saúde do Estado do Maranhão (SES-MA)

Enfermeira. Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde na Oncologia da Secretaria de Saúde do Estado do Maranhão (SES-MA). 

Luanessa Damares de Farias da Silva, Universidade Estadual do Piauí

Graduanda em Enfermagem da Universidade Estadual do Piauí. Parnaíba (PI), Brasil. 

Thaissa Rhandara Campos Cardoso, Universidade Estadual do Piauí

Graduanda em Enfermagem pela Universidade Estadual do Piauí. Parnaíba (PI), Brasil. 

Daisy Maria Conceição dos Santos

Docente do Programa de Residência Multiprofissional em Oncologia da SES-MA. São Luís (MA), Brasil.

Joelson dos Santos Almeida, Universidade Estadual do Piauí-UESPI

Acadêmico de Enfermagem da Universidade Estadual do Piaui, Parnaiba-PI.

Maria do Rosário Costa Miranda, 5Universidade Estadual do Piauí

Psicológa. Docente Adjunta IV da Universidade Estadual do Piauí. Parnaíba (PI), Brasil

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Publicado

02.08.2024

Como Citar

1.
Figueiredo SP, da Silva LD de F, Cardoso TRC, dos Santos DMC, Almeida J dos S, Miranda M do RC. Perfil epidemiológico das leucemias no estado do Maranhão, Brasil. RBPS [Internet]. 2º de agosto de 2024 [citado 22º de dezembro de 2024];26(1):e39303. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/39303

Edição

Seção

Artigos Originais