Notificações de violência física contra pessoas com deficiência no Espírito Santo, Brasil, no período de 2011 a 2018
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v25i1.39426Palavras-chave:
Epidemiologia, Exposição à violência, Pessoas com deficiência, NotificaçãoResumo
Introdução: As pessoas com deficiência são consideradas grupo de risco para diversas formas de violência, incluindo a violência física, que é caracterizada como o uso intencional da força física com o objetivo de causar sofrimento e dor à vítima, deixando ou não marcas evidentes pelo corpo. Objetivos: Identificar a frequência de violência física notificada contra pessoas com deficiência e sua associação com as características da vítima, do agressor e do evento. Métodos: Estudo transversal, realizado no estado do Espírito Santo, de 2011 a 2018, a partir do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A análise descritiva foi feita por meio do teste qui-quadrado de Pearsone multivariada pelo teste de Regressão de Poisson. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: A frequência de violência física foi de 36,9%, destacando-se vítimas do sexo masculino (RP = 1,17; IC95%: 1,02-1,34), adultos (RP= 1,59; IC95%: 0,99-2,56), de raça/cor preta/parda, (RP= IC95%: 1,08-1,45) e que residiam em zona rural. Os agressores eram em sua maioria homens, com suspeita de uso de álcool, e ocorrendo em via pública. Conclusão: A violência física se mostrou prevalente entre as pessoas com deficiência, trazendo importância de seu estudo e fatores associados para maior visibilidade ao agravo e às vítimas.
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