Avaliação da disbiose intestinal e os fatores de saúde associados em indivíduos vegetarianos
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v26i1.41946Palavras-chave:
Disbiose, Dieta Vegetariana, Microbiota IntestinalResumo
Introdução: A composição da microbiota intestinal está bastante relacionada ao estilo de vida e às condições clínicas do indivíduo, sendo que o tipo de dieta pode ser fator causal de disbiose. Objetivos: Avaliar os fatores de saúde associados à disbiose intestinal em indivíduos vegetarianos. Métodos: Estudo observacional transversal com amostra obtida por conveniência, composta por indivíduos vegetarianos com idade ≥ 18 e < 60 anos, de ambos os sexos. A coleta ocorreu com questionário online. O desfecho disbiose intestinal foi investigado através do Questionário de Rastreamento Metabólico (QRM), além disso, foram analisadas variáveis sociodemográficas, antropométricas, de comportamento, de consistência das fezes (Escala de Bristol) e variáveis bioquímicas. Possíveis associações entre as variáveis e o desfecho foram analisadas. O nível de significância estatístico adotado foi de 5%. Resultados: Houve baixa prevalência de diagnóstico de disbiose intestinal (15,9%). Foram encontradas associações entre as seguintes variáveis e o desfecho: gênero feminino (p=0,029), parâmetro diarreia leve da Escala de Bristol (p≤0,0001) e deficiência severa de Vitamina D (p=0,035). Conclusão: O padrão de alimentação vegetariano pode ser fator de proteção para a disbiose intestinal, visto a baixa prevalência encontrada, além disso, há associação dela com deficiência de Vitamina D, sexo e presença de diarreia.
Downloads
Referências
Reis AC et al. Sinais e sintomas sugestivos de disbiose intestinal na população brasileira: uma revisão de literatura. Research, Society and Development, 2022;11(9):e56111932094.
Weiss GA, Hennet T. Mechanisms and consequences of intestinal dysbiosis. Cellular and Molecular Life Sciences. 2017;74(16):2959-77.
Lee CJ, Sears CL, Maruthur N. Gut microbiome and its role in obesity and insulin resistance. Annals of the New York Academy of Sciences. 2020;1461(1):37-52.
Hiel S, Bindels LB, Pachikian BD, Kalala G, Broers V, Zamariola G et al. Effects of a diet based on inulin-rich vegetables on gut health and nutritional behavior in healthy humans. The American journal of clinical nutrition, 2019;109(6):1683-95.
Kahleova H, Petersen KF, Shulman GI, Alwarith J, Rembert E, Tura A et al. Effect of a low-fat vegan diet on body weight, insulin sensitivity, postprandial metabolism, and intramyocellular and hepatocellular lipid levels in overweight adults: a randomized clinical trial. JAMA Network Open, 2020;3(11):e2025454.
Moszak M, Szulińska M, Bogdański P. You are what you eat —the relationship between diet, microbiota, and metabolic disorders— A review. Nutrients, 2020;12(4):1096.
Abu‐Ghazaleh N, Chua WJ, Gopalan V. Intestinal microbiota and its association with colon cancer and red/processed meat consumption. Journal Gastroenterology hepatology, 2021;36(1):75-88.
Da Silva FG et al. Os benefícios da dieta vegetariana nas dislipidemias. Recima 21: Rev Científica Multidisciplinar, 2022;3(11):e3112071.
Inteligência I. Pesquisa de opinião pública sobre vegetarianismo. São Paulo: Sociedade Vegetariana Brasileira. 2018.
Hargreaves SM, Araújo WMC, Nakano EY, Zandonadi RP. Brazilian vegetarians diet quality markers and comparison with the general population: a nationwide cross-sectional study. PloS One, 2020;15(5):e0232954.
Willett W, Rockström J, Loken B, Springmann M, Lang T, Vermeulen S et al. Food in the Anthropocene: the EAT-Lancet Commission on healthy diets from sustainable food systems. The Lancet, 2019;393(10170):447-92.
World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic: report of a WHO consultation on obesity, Geneva, 3-5 June 1997. World Health Organization; 1998.
World Health Organization. WHO guidelines on physical activity and sedentary behaviour. 2020.
Ribas Filho D, Almeida CAN, Oliveira Filho AE. Posicionamento atual sobre vitamina D na prática clínica: posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). International Journal of Nutrology, 2019;12(3):82-96.
Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT, Afiune A et al. Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose, 2017. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2017;109:1-76.
Oliveira JEP, Vencio S. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. São Paulo: Editora Clannad, 2017;91.
Blake M, Raker J, Whelan K. Validity and reliability of the Bristol Stool Form Scale in healthy adults and patients with diarrhoea‐predominant irritable bowel syndrome. Alimentary Pharmacology & Therapeutics, 2016;44(7):693-703.
Vieira GC, Santos Castro FF. Aspectos fisiopatológicos da disbiose intestinal em estudantes de uma instituição de ensino privada do Distrito Federal. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2021;13(1):e5249.
Dagostin B, Santos Guellere ML, Gesuino DB, Madeira K, Santos HO, Luciano TF. Sinais e sintomas de hipersensibilidades alimentares entre indivíduos vegetarianos vs. onívoros. RBONE: Rev Brasil Obesidade, Nutrição Emagrecimento, 2020;14(87):540-9.
Sakkas H, Bozidis P, Touzios C, Kolios D, Athanasiou G, Athanasopoulou E et al. Nutritional status and the influence of the vegan diet on the gut microbiota and human health. Medicina, 2020;56(2):88.
Tomova A, Bukovsky I, Rembert E, Yonas W, Alwarith J, Barnard ND, Kahleova H. The effects of vegetarian and vegan diets on gut microbiota. Front. Nutr, 2019;6(1):47.
Kahleova H, Dort S, Holubkov R, Barnard ND. A plant-based high-carbohydrate, low-fat diet in overweight individuals in a 16-week randomized clinical trial: the role of carbohydrates. Nutrients, 2018;10(9):1302.
Naderpoor N, Mousa A, Arango FGL, Barrett HL, Dekker Nitert M, Courten B. Effect of vitamin D supplementation on faecal microbiota: a randomised clinical trial. Nutrients, 2019;11(12):2888.
Singh P, Rawat A, Alwakeel M, Sharif E, Al Khodor S. The potential role of vitamin D supplementation as a gut microbiota modifier in healthy individuals. Scientific reports, 2020;10(1):1-14.
Kanhere M, He J, Chassaing B, Ziegler TR, Alvarez JA, Ivie EA et al. Bolus weekly vitamin D3 supplementation impacts gut and airway microbiota in adults with cystic fibrosis: a double-blind, randomized, placebo-controlled clinical trial. J Clinical Endocrinology Metabolism, 2018;103(2):564-74.
Malaguarnera, L. Vitamin D and microbiota: Two sides of the same coin in the immunomodulatory aspects. International Immunopharmacology, 2020;79(1):106-112.
Vandenplas Y, Huys G, Daube G. Probióticos: informações atualizadas. J Pediatria, 2015;91:6-21.
Li Y, Xia S, Jiang X, Feng C, Gong S, Ma J et al. Gut microbiota and diarrhea: an updated review. Front. Cell. Infect. Microbiol, 2021;11:625210.
Insenser M, Murri M, Del Campo R, Martinez-Garcia MA, Fernandez-Duran E, Escobar-Morreale HF. Gut microbiota and the polycystic ovary syndrome: influence of sex, sex hormones, and obesity. J Clinical Endocrinology Metabolism, 2018;103(7):2552-62.
Siddiqui R, Makhlouf Z, Alharbi AM, Alfahemi H, Khan NA. The gut microbiome and female health. Biology, 2022;11(1):1683
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde/Brazilian Journal of Health Research
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde (RBPS) adota a licença CC-BY-NC 4.0, o que significa que os autores mantêm os direitos autorais de seus trabalhos submetidos à revista. Os autores são responsáveis por declarar que sua contribuição é um manuscrito original, que não foi publicado anteriormente e que não está em processo de submissão em outra revista científica simultaneamente. Ao submeter o manuscrito, os autores concedem à RBPS o direito exclusivo de primeira publicação, que passará por revisão por pares.
Os autores têm autorização para firmar contratos adicionais para distribuição não exclusiva da versão publicada pela RBPS (por exemplo, em repositórios institucionais ou como capítulo de livro), desde que seja feito o devido reconhecimento de autoria e de publicação inicial pela RBPS. Além disso, os autores são incentivados a disponibilizar seu trabalho online (por exemplo, em repositórios institucionais ou em suas páginas pessoais) após a publicação inicial na revista, com a devida citação de autoria e da publicação original pela RBPS.
Assim, de acordo com a licença CC-BY-NC 4.0, os leitores têm o direito de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato;
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença. De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
- Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.