Interprofissionalidade na formação acadêmica
perspectivas docentes nos cursos da área da Saúde
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v26i1.42407Palavras-chave:
Interprofissionalidade, Educação Interprofissional, SaúdeResumo
Introdução: A interprofissionalidade em saúde e a prática da Educação Interprofissional (EIP) têm oferecido uma nova perspectiva para as práticas de reorientação da formação e do trabalho em saúde. Objetivo: Compreender o conhecimento dos docentes dos cursos de graduação em Ciências Biológicas, Enfermagem e Farmácia, de uma Universidade Federal do estado do Espírito Santo, sobre o tema da interprofissionalidade no contexto da formação em saúde. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva de natureza qualitativa. Participaram da pesquisa vinte e nove docentes, sendo oito do curso de Ciências Biológicas, doze do curso de Enfermagem e nove do curso de Farmácia, todos integrantes do Colegiado de Curso e do Núcleo Docente Estruturante. Os dados foram analisados através da Análise de Conteúdo na modalidade de Análise Temática. Resultados: Os resultados indicaram que os docentes dos três cursos reconhecem a relevância da interprofissionalidade para a formação em saúde, mas apontam muitos desafios para a efetivação dessa abordagem, como a falta de capacitação sobre o tema, dificuldades no vínculo entre ensino e serviço, carga horária extensa e ausência de momentos que permitam a interação entre discentes de diferentes cursos. Conclusão: Na perspectiva dos docentes, os principais desafios para a prática interprofissional no contexto da formação em saúde decorrem da ausência de conhecimento sobre o tema durante suas formações educacionais e profissionais, sendo explorado apenas de forma empírica. Entretanto, reconhecem que a interprofissionalidade é um fator importante para o desenvolvimento profissional dos discentes.
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