Bypass gástrico videolaparoscópico versus aberto no Sistema Único de Saúde
devemos parar de operar por laparotomia?
DOI:
https://doi.org/10.47456/rbps.v26i1.44820Palavras-chave:
Obesidade, Cirurgia bariátrica, Cirurgia laparoscópica, Sistema Único de SaúdeResumo
Introdução: o bypass gástrico em Y-de-Roux (BGYR) por videolaparoscopia (VLP), embora apresente melhores resultados, não foi comparado à técnica aberta no SUS e não é devidamente custeada. Objetivo: avaliar segurança e eficácia do BGYR por VLP no SUS e comparar com a via laparotômica (LPT). Métodos: coorte retrospectivo, unicêntrico, com 106 pacientes submetidos a BGYR, sendo 34 submetidos por VLP e 72 por LPT. Foram analisados dados antropométricos, reinternações e complicações. Resultados: 82,1% pacientes femininas, média de idade de 43,01 anos, índice de massa corporal (IMC)=45,05kg/m² e seguimento de 17,57 meses. O IMC era menor no grupo VLP (42,31 x 46,35kg/m²; p=0,003), que também apresentava maior perda ponderal pré-operatória (6,94 x 4,12%; p=0,016), menor média de idade (36,53 x 46,07 anos; p=0,000) e menor tempo de anestesia (217,93 x 274,15min, p<0,00). No pós-operatório, o IMC do grupo VLP é de 29,46 vs. 32,22kg/m² no grupo LPT (p=0,014) e a perda de excesso de IMC (PEIMC)=81,01% vs. 68,20% (p=0,023). O grupo LPT apresentou mais complicações gerais (54,2 x 38,2%; p>0,05) e mais complicações Clavien-Dindo ≥III (48,7 x 15,4%; p=0,034). As reinternações foram mais frequentes no grupo LPT (9,7% x 2,9%), que também apresentou maior incidência de hérnia incisional (9,7%), hérnia interna (2,8%) e complicações de ferida operatória (12,5%), parâmetros com incidências nulas no grupo VLP (p>0,05). Conclusão: o BGYR por VLP no SUS é seguro e eficaz. Os pacientes do grupo VLP apresentam menor incidência de complicações graves, mortalidade, reinternações e reoperações.
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